BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) – O filho do brasileiro Thiago Allan Freitas afirmou em publicação nesta terça-feira (9) nas redes sociais que o pai foi sequestrado no Equador.
O filho, que se apresenta como Gustavo, gravou vídeo publicado no Instagram da churrascaria de Thiago em Guayaquil para pedir dinheiro para o resgate. “Enviamos todo o dinheiro que tínhamos, por isso recorro a vocês para ajudarem com qualquer valor. Necessitamos muito e estamos desesperados. Já pagamos US$ 1.100, mas estão pedindo US$ 3.000”, afirma.
Segundo perfil nas redes sociais, Thiago trabalha fazendo churrasco brasileiro em Guayaquil, cidade portuária que é a maior cidade do país, no sudoeste do Equador, centro das disputas entre traficantes dentro e fora das prisões que viu a violência crescer rapidamente nos últimos anos.
O Itamaraty afirma em nota que acompanha a denúncia do sequestro, mantém contato com a família e busca apurar as circunstâncias do ocorrido junto a autoridades locais.
O Equador vive mais um momento de crise grave de segurança. Após a fuga da prisão do líder de uma das maiores facções criminosas do país, o presidente Daniel Noboa decretou estado de exceção nesta segunda (8). A medida foi seguida de uma onda de terror, com sequestros de policiais, explosões e a invasão de uma emissora de TV.
Nesta terça (9), Noboa publicou novo decreto em que reconhece estado de “conflito armado interno” no país, no qual classifica facções criminosas como terroristas. Na prática, a medida é uma declaração de guerra civil, que dá às Forças Armadas liberdade para para usar de instrumentos e métodos militares.
Ao declarar o estado de exceção na segunda-feira, Noboa afirmou que a medida permitiria que as Forças Armadas interviessem no sistema prisional equatoriano. “Não negociaremos com terroristas nem descansaremos enquanto não devolvermos a paz”, afirmou ele em vídeo publicado nas suas redes sociais.
Presídios equatorianos têm vivido conflitos frequentes nos últimos anos, com motins e confrontos que resultam em dezenas de mortes e sequestros de agentes de segurança.
GUILHERME BOTACINI / Folhapress