SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Água no piso dos quartos e no corredor, baldes espalhados para conter as goteiras e parte do teto no chão. Esse é o cenário no setor de pediatria do Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria, em Pirituba, zona norte de São Paulo.
De acordo com funcionários, o problema não data desta semana. Desde 23 de dezembro do ano passado, quando as infiltrações começaram, a água invade o setor e a cada chuva o volume aumenta. Devido à situação, seis dos 14 leitos estão interditados.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo foi procurada e não se posicionou sobre a situação até a publicação desta reportagem.
Imagens gravadas no local mostram panos e placas de aviso sobre o chão molhado no corredor. Baldes e banheiras infantis de plástico acumulam parte da água das goteiras e do teto sem forro, mas não são suficientes e ela escorre para os outros ambientes.
Com os danos, parte da tubulação do sistema de condicionamento de ar fica exposta. Os vazamentos também estão interferindo nos sistemas elétricos e algumas luminárias já não funcionam de maneira constante.
Uma funcionária que pediu para não ser identificada relatou que, após as primeiras goteiras, quatro leitos foram interditados. A situação não foi resolvida e, no dia 6 de janeiro, o teto da área isolada desabou e mais dois leitos foram bloqueados.
“É uma água escura, suja, de odor forte”, conta a funcionária. “A água escorre pelo corredor, que dá acesso aos leitos em funcionamento, e vai para o posto de enfermagem, onde preparamos medicações.”
As poças contrariam as boas práticas de limpeza e desinfecção de ambientes hospitalares, e funcionários temem a possibilidade de infecções. Acidentes de trabalho também têm seu risco aumentado.
“Trocamos os calçados para evitar quedas e temos medo de o teto desabar”, diz a funcionária. “É uma condição insuportável. Já que não pensam nos funcionários, que pensem pelo menos nas crianças.”
STEFHANIE PIOVEZAN / Folhapress