SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira operava queda e do dólar caía na manhã desta quinta-feira (11), após divulgações de novos dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil, que apresentaram leve aceleração de preços em dezembro.
O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla inglês) americano, indicador mais esperado pelo mercado nesta semana, fechou 2023 em 3,4%, levemente acima dos 3,2% projetados pelo mercado. Na variação mensal, o índice ficou em 0,3%, ante previsão de 0,2%.
Apesar da surpresa para cima, o dado veio praticamente em linha com o esperado e não altera o cenário projetado pelo mercado para os juros americanos. Com isso, investidores se mantêm em compasso de espera, e a Bolsa brasileira ronda a estabilidade.
Às 10h58, o Ibovespa caía 0,27%, aos 130.483 pontos, enquanto o dólar recuava 0,07%, cotado a R$ 4,887.
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta manhã que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do país, fechou 2023 em 4,62%, dentro do teto da meta do Banco Central.
Foi a primeira vez em três anos que a inflação terminou o acumulado anual dentro da meta da autoridade monetária, o que livrou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, da obrigação de escrever uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda.
Apesar disso, o indicador também surpreendeu para cima. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam variação de 4,55%.
“Em linhas gerais, a surpresa resultou de uma inflação mais elevada de alimentos e de serviços. Por outro lado, mantemos a nossa visão de que ela segue em uma dinâmica benigna”, afirma João Savignon, chefe de pesquisa econômica da Kínitro Capital.
Ele afirma que riscos para alta na inflação, como o El Niño, que eleva riscos de estragos no campo e ameaça reduzir a oferta de alimentos, seguem no radar, mas que um arrefecimento nos preços é possível.
Já analistas do Itaú BBA destacam que as maiores pressões nos preços vieram de bens industriais e de alimentação no domicílio, o que reforça o impacto que o El Niño deve ter no primeiro trimestre do ano. A equipe afirma, no entanto, que o movimento deve ser devolvido posteriormente ao longo do ano.
“Para 2024, projetamos continuidade do processo de desinflação em curso, com o IPCA em 3,6% no fim do ano”, dizem os analistas.
Redação / Folhapress