O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição, é alvo de buscas da Polícia Federal nesta quinta-feira (18), no âmbito da Operação Lesa Pátria, destinada a identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os ataques do 8 de janeiro às sedes dos três Poderes.
A ação foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), onde a apuração tramita sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Agentes federais cumprem dez mandados de busca no Rio de Janeiro (8) e no Distrito Federal (2).
Um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional, o parlamentar afirmou, em uma rede social, ser vítima de uma “medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.
As suspeitas relacionadas a Jordy incluem eventos de teor antidemocrático ocorridos no Rio de Janeiro, incluindo acampamento em frente a quartéis lá e bloqueio em rodovia.
Após as eleições vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores de Bolsonaro promoveram uma série de bloqueios a estradas em todo o país e nas semanas seguintes passaram a se aglomerar em frente a unidades das Forças Armadas de todo o país.
Para os investigadores, esses episódios serviram como uma espécie de preparação para o ataque que ocorreria em 8 de janeiro do ano passado.
Deflagrada dias após os atos de vandalismo às sedes dos Poderes, a Lesa Pátria se tornou permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.
Essa é a 24ª fase da operação, que já cumpriu 97 mandados de prisão preventiva e 313 de busca e apreensão.
Ao longo do primeiro ano da Lesa Pátria, o ministro Alexandre de Moraes deu 255 decisões autorizando medidas de busca e apreensão realizadas pela Polícia Federal em mais de 400 endereços e 350 trataram de quebras de sigilos bancário e telemático.
FABIO SERAPIÃO / Folhapress