Aéreas low cost no Brasil, Argentina mais vantajosa a turistas e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aéreas low cost no Brasil, Argentina mais vantajosa a turistas e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (22).

**POR QUE LOW COSTS NÃO DECOLARAM NO BRASIL?**

As companhias aéreas low cost até chegaram ao Brasil nos últimos anos, mas a presença delas ainda é tímida e se caracteriza pelas rotas internacionais, sobretudo para a América Latina.

ENTENDA

Low cost é um termo criado pelo mercado para caracterizar companhias que tentam minimizar ao máximo seu custo operacional –cobrando por alimentação e despacho de bagagens, por exemplo– e, assim, reduzir os preços das passagens.

Com uma margem de lucro menor, o modelo precisa de um alto volume de passageiros para a conta fechar.

Por que elas ainda não se popularizaram no Brasil? Juros altos, judicialização e custo do combustível são os principais fatores, apontam especialistas e agentes do setor.

↳ A Selic nas alturas encarece as dívidas das empresas, que têm de custear sua operação e pagar o leasing das aeronaves.

↳ As companhias também reclamam do alto índice de indenização judicial e do preço do QAV (querosene de aviação), que é reajustado levando em conta as cotações internacionais do petróleo e representa cerca de um terço dos custos das aéreas.

As low cost que operam no Brasil, segundo a Anac:

– Air Europa: é a única que oferece rotas para o continente europeu. São dois trajetos que ligam Guarulhos e Salvador ao aeroporto Adolfo Suárez, em Madri.

– Arajet: recém-chegada no país, tem voos de Guarulhos para a República Dominicana e disse que o Brasil foi seu melhor mercado nos últimos meses de 2023.

– Flybondi: suas rotas partem do Rio, São Paulo e Florianópolis para Buenos Aires, na Argentina.

– JetSmart: leva passageiros de Foz do Iguaçu, Rio, São Paulo e Florianópolis para Santiago, no Chile. Também opera voos daqui para Montevidéu, no Uruguai.

– Sky Airline: tem rotas para Santiago, Montevidéu e Lima, no Peru.

**PENSANDO EM ‘TURISTAR’ NA ARGENTINA?**

Você talvez tenha visto ou ouvido relato de brasileiros que foram recentemente para a Argentina e que não estava tudo “tão barato” como nos meses de inverno, que foram extremamente vantajosos para estrangeiros.

Isso porque em dezembro, com a chegada do ultraliberal Javier Milei à Presidência, o peso foi megadesvalorizado pelo governo e a cotação do dólar oficial se aproximou da do paralelo, chamado de “blue”.

Em janeiro, porém, a diferença voltou a aparecer, e a Argentina voltou a ficar relativamente mais barata para brasileiros.

O QUE EXPLICA

A cotação paralela voltou a subir por uma série de fatores internos —entre eles uma possível volta da demanda de argentinos por dólares para fugir dos pesos, diante da inflação que dobrou e da queda dos rendimentos de investimentos na moeda local.

EM NÚMEROS

– R$ 1 era trocado por 190 pesos, e US$ 1 valia 1.000 pesos no dia 29 de dezembro;

– R$ 1 valia 240 pesos, enquanto quem trocava US$ 1 recebia 1.200 pesos na última quinta (18).

Além de desvalorizar o peso, Milei também colocou fim ao congelamento de preços adotado pelo seu antecessor, o peronista Alberto Fernández.

↳ Isso acabou tornando até o sorvete como um item de luxo, diz um canal argentino.

↳ Essas ações fazem parte de um pacote de mil medidas do governo Milei. Outra prioridade da gestão para enfrentar a crise no país é o corte de custos.

**PROGRESSIVO OU REGRESSIVO?**

Uma mudança há muito esperada no regime de tributação da previdência privada foi adotada pelo governo e já está valendo. Ela refere-se à decisão dos investidores sobre o momento de escolha entre o modelo progressivo e o regressivo.

ENTENDA

↳ Regressivo: o IR (Imposto de Renda) cobrado regride de acordo com o tempo de contribuição. Se houver saque antes de dois anos, incide a alíquota máxima, de 35%.

– A cada dois anos, ela cai cinco pontos percentuais, até o mínimo de 10% após dez anos.

– É mais vantajoso para quem não vai mexer na previdência privada tão cedo.

↳ Progressivo: quanto maior o valor do benefício recebido na aposentadoria, maior a alíquota de IR cobrada (veja nesta tabela).

– Vale a pena para quem vai ganhar menos que R$ 2.826,65 mensais pela tabela de 2024, considerando a soma de todos os ganhos, como salário, aluguel, previdência privada e INSS.

– Como era: o investidor tinha que decidir entre o modelo regressivo ou progressivo no momento da adesão ao plano de previdência.

– Como fica: a escolha pode ser feita na hora de contratar o plano ou no primeiro resgate –seja ele antecipado ou no início do recebimento do benefício.

– O investidor pode trocar apenas uma vez de opção. Assim, especialistas aconselham que ela ocorra apenas no momento do primeiro resgate.

Qual é mais vantajoso? Depende.

– Para quem contribui com valor baixo ou pode ter que precisar resgatar os valores no curto prazo, o regime progressivo vale mais a pena.

Mais sobre investimentos:

– Em 5 anos, apenas 21,6% das ações de empresas estreantes na Bolsa subiram.

– Michael Viriato fala no blog De Grão em Grão sobre o “desaparecimento” dos bilionários e o segredo não contado do investimento inteligente.

**STARTUP DA SEMANA: TURBI**

Fundada em 2016, a Turbi trabalha com aluguel de carros de forma 100% digital. Os veículos ficam em estacionamentos da grande São Paulo e são desbloqueados pelo consumidor pelo app no celular.

EM NÚMEROS

A startup anunciou ter recebido um aporte de R$ 150 milhões. É a terceira captação da empresa em um período de um ano e meio.

Em outubro de 2022, levantou R$106 milhões via debêntures;

Em maio de 2023, estruturou um FIDC (fundo de direitos creditórios) que já soma mais de R$ 120 milhões investidos.

QUEM INVESTIU

A rodada que foi liderada pela Arc Capital também teve participação de Reag Investimentos e Clave Capital.

QUE PROBLEMA RESOLVE

Os carros da Turbi podem ser alugados mês a mês, via um modelo de assinatura, e também por hora, dia ou semana. O valor fica proporcionalmente menor conforme aumenta o tempo de empréstimo. O diferencial está no processo totalmente digitalizado.

POR QUE É DESTAQUE

O aporte ajuda a Turbi a competir com grandes locadoras de veículos. O recurso foi destinado para a compra de 1.625 novos carros a um patamar de desconto semelhante ao oferecido às grandes empresas do setor, afirma a startup.

– Ela chega a uma frota de 5.200 veículos, numa alta de 45% em relação ao trimestre anterior e que a torna como a quinta maior empresa do mercado de locação de veículos para pessoas físicas.

– Este é o segundo investimento acima de R$ 100 milhões anunciado por startups brasileiras neste ano. Como mostramos na semana passada, a fintech Conta Simples recebeu um aporte de US$ 41,5 milhões (cerca de R$ 200 milhões) em uma rodada série B.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

PIB

Lula teme desaceleração, e governo mapeia medidas para aumentar o PIB. Auxiliares examinam potencial de iniciativas já tomadas e avaliam se mais ações serão necessárias.

MERCADO

Crise com perfis de fofoca atinge maior agência de influenciadores. Mynd vira alvo por trabalhar com clientes associados à morte de jovem, e episódio pressiona por regulação.

ITAÚ

Itaú compra à vista prédio de quase R$ 1,5 bilhão na Faria Lima. Segundo consultoria do mercado imobiliário, se trata da maior venda de ativo único no Brasil.

CORY DOCTOROW

Big techs ‘viraram bosta’, mas resistem porque capturam governos, diz escritor. Para Cory Doctorow, regulação atual é leniente e ainda impede pessoas de se defenderem de monopólio.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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