Primeira indígena indicada ao Oscar de Melhor Atriz precisou fingir ser branca

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Nesta terça-feira (23), Lily Gladstone se tornou a primeira indígena nativo-americana a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Antes dela, apenas três mulheres indígenas concorreram ao prêmio.

A PRIMEIRA FINGIU SER BRANCA PARA SER MELHOR ACEITA EM HOLLYWOOD

Merle Oberon foi indicada a Melhor Atriz em 1936. Quem venceu foi Bette Davis, por seu papel em “Perigosa”.

Ela nasceu na Índia em 1911. Quando se mudou para Hollywood, a atriz de “O Anjo das Trevas” (1935) decidiu esconder sua ascendência indiana, cingalesa e maori – povo indígena nativo da Nova Zelândia – para ter mais chances de sucesso.

Merle passou a maior parte da vida fingindo ter nascido na Austrália. Ela dizia que sua certidão de nascimento havia sido destruída num incêndio.

ATÉ HOJE, NENHUMA MULHER INDÍGENA LEVOU O PRÊMIO

Depois de Merle, três mulheres concorreram a Melhor Atriz. Em 2004, a maori “Keisha Castle-Hughes foi indicada por sua atuação em “Encantadora de Baleias”, e perdeu para Charlize Theron. Em 2019, Yalitza Aparicio, descendente dos povos mexicanos Mixteco e Trique, concorreu por “Roma”, mas quem levou a estatueta foi Olivia Colman. Agora, Lily Gladstone pode ser a primeira mulher indígena a vencer o prêmio.

A categoria de Melhor Ator nunca teve um indicado indígena. Dois atores indígenas concorreram a Melhor Ator Coadjuvante: Chief Dan George, do povo Coast Salish, em 1971, e Graham Greene, do povo Oneida, em 1991. Ambos são nativos do Canadá.

Redação / Folhapress

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