SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Alabama executou um prisioneiro por asfixia com nitrogênio pela primeira vez.
Kenneth Smith, 58, foi executado na noite desta quinta-feira (25). Ele foi colocado numa maca e os agentes amarraram uma máscara de gás para substituir o ar respirável por nitrogênio em seu rosto.
Ele perdeu dois recursos na Suprema Corte dos EUA e outro num tribunal federal para adiar a execução. Smith foi condenado em 1989 pelo assassinato de uma mulher em 1988. A denúncia diz que a morte foi encomendada pelo marido dela, um pastor, que se se suicidou.
O processo de execução durou 25 minutos e Smith se contorceu por cerca de dois minutos até perder a consciência, relatou à BBC uma das pessoas que estava no local. Antes de ser morto, Smith afirmou que “o Alabama faz com que a humanidade dê um passo para trás”.
A governadora do Alabama, Kay Ivey, confirmou a morte de Kenneth Smith por volta das 23h25 (02h25 em Brasília). “Depois de mais de 30 anos e tentativa após tentativa de manipular o sistema, o Sr. Smith respondeu por seus crimes horrendos”.
Smith já havia sido submetido a uma injeção letal em 2022. Na época, os responsáveis pela execução não conseguiram encontrar uma veia “boa”.
O QUE É E COMO FUNCIONA A HIPÓXIA POR NITROGÊNIO?
Morte por falta de oxigênio. A execução da hipóxia por nitrogênio causa a morte ao forçar o condenado a respirar nitrogênio puro. Desta maneira, ele é privado do oxigênio necessário para manter suas funções corporais.
Nas câmaras de gás usadas em execuções anteriores pelos estados norte-americanos e nos campos de concentração nazistas, gases venenosos como o cianeto de hidrogênio eram usados para matar. O nitrogênio, no entanto, não é venenoso.
O nitrogênio, inclusive, compõe cerca de 78% do ar respirável. No método proposto pelo Alabama, que os parlamentares aprovaram em 2018, o objetivo é justamente remover o oxigênio que está sendo inalado pela pessoa condenada.
No Alabama, o protocolo de execução de hipóxia com nitrogênio não prevê sedação. A AVMA (Associação Veterinária Americana) recomenda a administração de um sedativo até mesmo para animais de grande porte, quando sacrificados desta forma.
Redação / Folhapress