RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Andrey, Bruno Gomes, Gabriel Pec e Marlon Gomes formam o quarteto da seleção brasileira pré-olímpica revelado no Vasco. Criados no Cruzmaltino, eles carregam consigo muitas lembranças da atmosfera de São Januário, como o famoso açaí da Barreira e os momentos vividos no colégio situado dentro do clube.
AÇAÍ DA BARREIRA E LANCHE NO ‘CHINA’
Andrey, Bruno, Pec e Marlon não fugiram de uma das maiores tradições dos garotos da base do Vasco: almoçar no restaurante “Floriano”, tomar açaí na “Lanchonete dos Amigos” e lanchar na “Pastelaria Bang Ji”, popularmente batizada pelos Crias da Colina como “China”, em função dos donos serem de origem chinesa. Os estabelecimentos ficam na Barreira do Vasco, comunidade vizinha a São Januário.
“Os meninos são clientes excelentes. O forte é o açaí com proteinato, sai direto, é o número 1 daqui. O Gabriel Pec era um cliente muito especial aqui”, disse Iranete Cândida, funcionária da lanchonete onde o quarteto tomava açaí.
“ERAM BONS ALUNOS E NUNCA NOS DERAM TRABALHO”
Entre um treino e outro, o quarteto estudava no Colégio Vasco da Gama, instituição de ensino que funciona desde os anos 2000 em São Januário. Por lá, não só os jogadores da base como atletas de outras modalidades estudam.
“Eles sempre respeitaram muito e já demonstravam, naquela época, uma maturidade, responsabilidade. Já percebíamos que eles eram focados, estavam preocupados com os treinos, com os jogos, mas nunca deram trabalho. Eram bons alunos. Fazer parte da formação desses meninos é meu grande prêmio.Tenho certeza de que serão exemplos por onde passarem. Nos dá muita satisfação vê-los representando a seleção nesse Pré-Olímpico. Sabemos que tem um pouquinho do trabalho realizado na sala de aula”, disse Daniel Pontes, professor de Geografia de Andrey e Marlon.
“SÃO MENINOS DE OURO”
Celso Martins foi treinador de Andrey, Bruno, Marlon e Pec no sub-17. Em campo, o quarteto demonstrava a mesma disciplina e determinação que na sala de aula.
“Eram meninos muito sérios, comprometidos, e isso, de uma certa maneira, acaba sendo muito fácil de identificar. Eles naturalmente se portam bem, lideram os processos, têm voz, sabem articular. São quatro jogadores inteligentes, de boa conduta. São meninos de ouro e e fico muito feliz deles estarem representando o Brasil no Pré-Olímpico”, disse Celso Martins.
Sobre Andrey: “Andrey sempre teve muito destaque na base, era uma unanimidade, mas nunca sentou em cima disso. Tem uma família muito boa, uma postura maravilhosa, nunca se envaideceu por isso, passou por todas as etapas e logo se destacou, caminhou bem, fez sua saída para o exterior e é questão de tempo para se adaptar na Europa e ter mais minutagem”.
Sobre Bruno Gomes: “O Bruno tem uma história engraçada. Ele era meia, e aí teve um Vasco x Flamengo e a gente precisou dele como volante, pois teve um surto de conjuntivite. Então, ele deu esse passinho para trás e foi o sucesso da vida dele, pois se tornou destaque como volante. Ele sempre foi esse jogador cerebral”.
Sobre Gabriel Pec: “O Pec era mais franzino, divertido, serelepe, não parava quieto. Daí ele foi ganhando cada vez mais corpo e foi se tornando cada vez mais protagonista”.
Sobre Marlon Gomes: “O Marlon é isso que estamos vendo no Pré-Olímpico. Onde coloca, ele joga bem. Já jogou como volante, meia, ponta. Não vi muitas vezes de lateral, mas na base já chegou a jogar. É um atleta muito versátil, intenso, tem o perfil europeu. Eu brincava com ele que ele entrega tudo todo dia. Muito trabalhador, intenso, dinâmico, jogador com perfil de venda, que é o que deve acontecer em breve”.
BRUNO BRAZ / Folhapress