O auxílio do governo federal às companhias aéreas é visto com bons olhos pelo economista Ricardo Mello. Em entrevista à Novabrasil, ele defendeu que o setor é importante para o país e um segmento relevante para nossa economia.
Segundo o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, o governo federal elabora um fundo de financiamento entre 4 e 6 bilhões de reais para socorrer companhias aéreas brasileiras.
De acordo com o ministro, o governo deve anunciar o fundo em até 10 dias.
O economista Ricardo Mello ressalta que esses recursos vão para pagamento de aeronaves, investimentos em novos aviões e manutenção correta para os voos. Mello destaca ainda que, no mundo todo, as empresas aéreas são auxiliadas por seus governos, pois a lucratividade do setor não é alta.
Ele lembra que o Brasil tem três principais empresas aéreas: Latam, Gol e Azul. Com isso, não é interessante para o país perder um desses players do setor aéreo.
“O país precisa desse setor, o governo não poderia deixar essas empresas quebrarem e companhias de outros países assumirem o segmento aéreo”, completa o economista.
Na entrevista à Novabrasil, Ricardo Mello disse ainda que a ajuda do governo às aéreas traz reflexos para toda a economia, à medida em que é uma ideia de infraestrutura e, nesse sentido, o transporte aéreo é fundamental para a economia não perder a fluidez e o dinamismo.
Na semana passada, a Gol fez um pedido de recuperação judicial nos EUA utilizando o Chapter 11. Trata-se de um mecanismo de recuperação para empresas com dívidas muito altas. O Chapter 11 permite que a empresa mantenha suas operações e se proteja contra credores que queiram receber grandes quantias de imediato. É uma garantia de operação para as empresas.
Segundo Ricardo Mello, as empresas que tomam esse tipo de atitude devem elaborar um plano que contemple o pagamento aos credores e o prazo para pagar as dívidas. No caso da Gol, a estimativa é que as dívidas somam 20 bilhões de reais.