SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A defesa de Alexandre Correa está contestando o laudo pericial feito por Ana Hickmann após ela denunciá-lo por agressão. De acordo com Enio Murad, o advogado de Correa, o documento não está de acordo com as normas do manual de perícias técnicas para magistrados elaborado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Em resposta, a defesa de Ana Hickmann disse que Correa se contradiz e tenta usar a imprensa para divulgar versões falsas do ocorrido e reiterou que as agressões aconteceram.
Em 11 de novembro do ano passado, Ana Hickmann denunciou Alexandre Correa por lesão corporal e violência doméstica. Ele nega.
O manual mencionado diz que “as lesões encontradas devem ser registradas com fotografias e assinaladas na silhueta humana que acompanha o laudo, quando oportuno.” De acordo com Murad, nenhum dos dois laudos seguiu as regras do manual de perícias do CNJ, já que em nenhum deles constam fotos das lesões.
“Ela não foi examinada, foi feito sem a presença da suposta vítima, além do que não consta fotografia. Se Ana Hickmann realmente tivesse sido machucada, ia ter uma fotografia do roxo, do vermelho, do raspão, seja lá que for. Nós acreditamos que ela nunca se lesionou, que esse segundo laudo é falso.”
“No dia 11, o médico que primeiro atendeu ela disse que ela estava com machucado no cotovelo em razão de um tombo, não de agressão. Quando ela foi atendida na Santa Casa, e isso está escrito no documento, o médico pergunta do que é o machucado dela e ela não responde qual foi a causa. Já o segundo laudo, que é feito dias depois, fala que ela foi agredida.”
A defesa de Correa também questiona este segundo laudo. “O laudo que está sendo impugnado do Instituto Médico Legal foi realizado no dia 23 de novembro. Os fatos ocorreram no dia 11. A distância entre os fatos e a realização do laudo indica algum problema”, diz Murad.
Henrique Ávila, advogado de Hickmann, contestou as declarações de Murad, que defende Correa.
“A defesa de Ana Hickmann reafirma com veemência todas as agressões físicas, emocionais e financeiras sofridas por ela e denunciadas às autoridades competentes, responsáveis por investigá-las”, escreveu Ávila.
“Mais uma vez, o agressor quer manipular o trabalho da imprensa para tentar disseminar versões falsas e fantasiosas em busca de constranger e ameaçar a única vítima deste triste episódio, no caso, Ana Hickman.”
“Importante destacar que o agressor tem mudado de versão a todo momento. Após se dizer arrependido das agressões cometidas contra a vítima, inclusive na imprensa, agora busca criar novos fatos para tumultuar as investigações.”
DIOGO BACHEGA / Folhapress