SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai oferecer a partir deste mês um curso para policiais que trabalham na região central de São Paulo com o objetivo de melhorar as abordagens na região da cracolândia. Os policiais que fizerem a especialização terão uma bonificação de R$ 1.200 por mês, durante um ano.
O curso servirá, por exemplo, para que os agentes consigam identificar usuários de drogas e pessoas em situação de rua e possam direcioná-los a serviços públicos de saúde e assistência social. A especialização será ofertada a policiais militares, civis e técnico-científicos que estiverem lotados em unidades no centro.
As aulas do curso, que já foram gravadas, incluem orientações de médicos e assistentes sociais para o atendimento da população. Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, há a expectativa de que o médico Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e outras Drogas, dê ao menos uma aula para explicar os efeitos da droga no corpo, por exemplo.
“Quando o policial vai prender um criminoso naquelas cenas abertas de uso, ele vai se deparar com pessoas que são dependentes químicos, que são moradores de rua. E aí [no curso] ele recebe a informação: qual é o melhor tratamento para direcionar para outro setor fazer o trabalho, como assistência social e eventualmente saúde”, disse Derrite nesta quinta-feira (1º).
“São coisas que, às vezes, o policial teve uma instrução há 15, 20 anos. Então a gente vai, de maneira geral, especializar cada vez mais o policial que atua numa região extremamente complexa”, completou
Todos os policiais que se cadastrarem no curso devem ser obrigados a cumprir toda a carga horária, segundo o secretário. O programa será financiado com recursos do Fundo de Incentivo à Segurança Pública, que é administrado pela Secretaria da Segurança Pública.
No ano passado, a gestão Tarcísio chegou a cogitar uma operação de transferência para levar dependentes químicos da região da cracolândia para outro bairro, mas a ideia acabou abandonada.
Na ocasião, o governo começou a fazer uma espécie de “censo” dos frequentadores do fluxo -como é chamada a concentração de usuários de drogas- com a intenção de separar pessoas em situação de rua, dependentes químicos e traficantes.
TULIO KRUSE / Folhapress