RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Flamengo e Botafogo são rivais históricos no futebol, mas a relação entre os clubes fora dos gramados é bem próxima. Rodolfo Landim, presidente do Fla, e John Textor, dono da SAF alvinegra, criaram relação próxima que envolve uma parceria, conversas por jogadores e até visitas.
A chegada de Textor mudou a janela de transferências do Flamengo. Seja para as saídas ou até nas contratações que o departamento de futebol queria.
John Textor tenta atravessar duas negociações que o Flamengo já tinha com o Corinthians. Quando esteve com Landim nos Estados Unidos, conversou sobre reforços que gostaria de levar ao Botafogo.
O Alvinegro acertou com o zagueiro Pablo e tenta Matheuzinho. O primeiro curtiu a ideia da mudança para o clube, mas o lateral é resistente por ter sido criado na base do Flamengo. Ele prefere o Corinthians, com quem já tem tudo alinhado.
A relação entre os dirigentes não se abala em casos como o da compra de Luiz Henrique. O Flamengo estava na disputa pelo atacante, mas com um modelo de negócio totalmente diferente. O encontro das diretorias em Orlando, inclusive, foi pouco depois de Textor atravessar o negócio.
RELAÇÃO
Textor foi convidado por Landim a ver o amistoso do Flamengo nos Estados Unidos. A ida pode ter causado surpresa a alguns, mas não é inédita e nem nova.
A relação entre os dois foi construída de maneira gradual. Desde a compra da SAF pelo norte-americano, os representantes dos clubes passaram a dialogar mais.
Landim entende que Textor tem uma visão similar em alguns aspectos. Entre eles o que consideram a modernização e melhora da qualidade do futebol brasileiro como produto.
A visão como empresário e investidor ajudou na aproximação. O presidente do Flamengo entende que Textor analisa o futebol fora da maneira passional e “quadrada” que outros clubes tem. Para eles, um dos grandes objetivos é transformar o futebol em um bom produto para exportação.
“Eu falo com ele sempre. Falei com ele anteontem, falei com ele hoje. Acho até que ele até está vindo para o jogo do Flamengo, vem ver o jogo comigo. Está nas Bahamas e acho que vem para cá (Orlando)”, disse Landim.
VISITAS E LIGA
John Textor foi ao Ninho do Urubu quando queria levar João Gomes para o Lyon. Acompanhado de Landim, visitou toda estrutura do Flamengo, conheceu o CT, os funcionários e ainda almoçou no local.
Na época, ele não conseguiu fechar o negócio, mas isso ajudou. O Flamengo, inclusive, prefere fazer o negócio com o Botafogo. Mesmo sendo um rival do Rio, o clube prioriza a boa relação.
Uma postagem de Textor na partida do Flamengo pegou mal com alguns torcedores, mas explica a relação. O dirigente disse que torceria pelo Brasil, causando reclamações. O norte-americano vê o Fla como paceiro, não rival.
O dono da SAF também já esteve na Gávea, sede do Fla. Na ocasião, foi assistir o clássico Flamengo x Botafogo pelo Campeonato Brasileiro Sub-20.
Além das conversas sobre mercado e futebol, já houve diálogos sobre o Nilton Santos. No começo do ano passado, a ideia de Landim era que os estádios do Rio atendessem a todos para desafogar o Maracanã.
John Textor também já saiu publicamente em defesa de Rodolfo Landim por conta da Libra. O dirigente do Botafogo deixou o grupo no ano passado, mas reclamou de outros clubes que não colocariam as discussões para frente. Ele e o presidente do Fla têm opiniões parecidas sobre divisão de direitos, por exemplo.
“Eu não gosto do Flamengo em campo, mas tenho muito respeito por Rodolfo e sua liderança. Acho que ele tem feito tudo o que pode para unir esta liga e vejo as pessoas ficando com raiva dele e falando sobre problemas de cinco anos atrás. Isso tudo é um absurdo para mim”, afirmou Textor.
LUIZA SÁ / Folhapress