Contraproposta do governo não agrada e servidores ambientais mantêm paralisação

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Ascema (Associação Nacional de Servidores Ambientais) afirma que a contraproposta apresentada pelo governo federal na quinta-feira (1º) para reestruturação da carreira da categoria foi insuficiente e mostra desconhecimento sobre o trabalho do especialista em meio ambiente.

A entidade disse que as paralisações de servidores serão mantidas. A próxima reunião entre o governo e a categoria deve ser realizada em 16 de fevereiro.

Levantamento da associação aponta que a paralisação de funcionários das carreiras do meio ambiente derrubou em 92,6% o número de autos de infração aplicados pelo Ibama nas duas primeiras semanas de 2024.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (2), a Ascema afirma que “os impactos gerados no meio ambiente e na economia decorrentes do prolongamento desse processo de negociação são de total responsabilidade do governo”.

Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos disse que a recomposição da força de trabalho na administração pública federal é “pauta prioritária”. A pasta afirmou que “vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo federal”.

O ministério destacou que, em 2023, fechou acordo para reajuste linear de 9% para todos os servidores, além de aumento de 43,6% no auxílio alimentação.

“No segundo semestre de 2023, teve início o debate sobre reajuste para o ano de 2024. Como parte desse processo, foram abertas 21 mesas específicas para tratar de algumas carreiras. Somente no âmbito das mesas específicas, sete acordos para reestruturação de carreiras já foram fechados”, disse a Gestão.

A reivindicação de um novo plano de carreira, aumento de salário e melhores condições de trabalho para o setor foi escalando durante o ano de 2023, até iniciar em 2024 já com paralisações localizadas.

Os servidores reclamam que, apesar de a preservação do meio ambiente estar no centro do discurso do presidente Lula (PT), a carreira não foi valorizada, mesmo após anos de sucateamento e ataques durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Ascema afirma que “a proposta apresentada pelo MGI demonstra, na melhor das hipóteses, insuficiência de conhecimento das atribuições que constituem a carreira de especialista em meio ambiente e suas complexidades”.

“Ainda que se possam depreender algumas premissas dos valores de remuneração apresentados, não há uma conexão entre aquilo que a Ascema Nacional apresentou em 9 de outubro de 2023, com o proposto pelo governo”, disse a entidade, sem detalhar as diferenças entre a proposta e a contraproposta.

Redação / Folhapress

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