RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A cidade do Rio de Janeiro vive uma epidemia de dengue, declarou o prefeito Eduardo Paes (PSD) nesta sexta-feira (2). O número de internações por causa da doença chegou a 362 em janeiro. É o maior registro da série histórica iniciada em 1974. Não houve mortes confirmadas pela doença, mas três óbitos são investigados na capital.
Segundo Paes, um decreto deve ser publicado no Diário Oficial sobre a situação da cidade e confirmando a situação de epidemia. “Diante dos números crescentes de casos de dengue na cidade caracterizando uma epidemia da doença, queria lembrar que, ao contrário da pandemia de Covid-19, no caso da dengue depende muito da ação de cada cidadão”, afirmou o prefeito.
Ao todo, o município registrou uma taxa de incidência de 160,68 por 100 mil habitantes. Isso representa quase metade de todos os 22.959 registros de 2023. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde.
Com o aumento no número de casos, o município anunciou a criação de um Centro de Operações de Emergência, que terá divulgação de boletins semanais, como ocorreu durante a pandemia de Covid.
“Nos últimos 90 dias, a curva é ascendente, chegamos a ter, num único dia, 569 casos notificados”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Segundo ele, a curva de crescimento dos casos começou a subir mais cedo do que o esperado em comparação com os anos anteriores.
As regiões de Campo Grande e Guaratiba, na zona oeste do Rio, são as mais atingidas. O Grande Méier, Grande Tijuca, ambas na zona norte, e a área de Santa Cruz, na zona oeste, também têm casos acima da média da cidade.
Nessas regiões com maior incidência de casos serão usados 16 carros fumacê. Os agentes de vigilância em saúde estão autorizados a fazer entradas compulsórias em imóveis fechados e abandonados para medidas contra possíveis criadouros do mosquito.
A Prefeitura vai instalar dez polos de atendimento à pacientes de dengue na cidade. Os hospitais de referência e unidades de atenção primária terão leitos específicos para pacientes mais graves. Além disso, serão 150 centros de tratamento e hidratação.
As autoridades ressaltam que o controle do mosquito é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas, como chikungunya e zika.
Em todo o país, são mais de 240 mil casos, com 24 óbitos confirmados e 163 em investigação. Os três estados com maiores taxas de ocorrência são o Distrito Federal, Minas Gerais e Acre.
O estado do Rio de Janeiro aparece na sétima posição, com 17.700 casos da doença. A maior incidência está na população adulta, em especial nas faixas etárias de 30 a 39 anos e de 40 a 49.
Para evitar a infestação de mosquitos, o Ministério da Saúde orienta que é necessário eliminar os criadouros, mantendo reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress