EUA atacam alvos ligados ao Irã na Síria e no Iraque em resposta a morte de soldados

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos realizaram nesta sexta-feira (2) uma série de ataques militares contra grupos ligados à força Quds da Guarda Revolucionária do Irã e apoiados por Teerã em locais no Iraque e na Síria, de acordo com funcionários de Defesa e do Exército, marcando mais uma etapa do aumento de temperatura do conflito no Oriente Médio.

O presidente americano, Joe Biden, havia prometido responder a um ataque de drone na Jordânia, no último domingo (28), que matou três soldados e feriu pelo menos outros 40 funcionários em um posto militar próximo da fronteira com a Síria —a primeira vez em que uma ofensiva do tipo matou militares americanos desde o início do conflito entre Israel e Hamas.

“Nossa reposta começou hoje. Ela irá continuar nos lugares e na hora que nós escolhermos”, afirmou Biden em comunicado. “Os EUA não buscam o conflito no Oriente Médio ou em nenhum lugar do mundo. Mas que todos que tentem nos ferir saibam: se você ferir um americano, nós vamos responder”, diz o texto.

De acordo com as Forças Armadas dos EUA, mais de 85 alvos foram atingidos e mais de 125 munições de precisão, utilizados na ofensiva. Ainda segundo os militares, os bombardeios acertaram centros de inteligência, comando e controle de operações, além de foguetes, mísseis e depósitos de veículos e munições.

Segundo a mídia estatal da Síria, a “agressão americana” deixou mortos e feridos em áreas de deserto na fronteira do país com o Iraque, sem detalhar números ou alvos atingidos.

“Os bombardeios são uma violação da soberania iraquiana, minam esforços do governo e são uma ameaça que pode levar o Iraque e a região a terríveis consequências” afirmou Yahya Rasool, porta-voz militar do Iraque.

Minutos depois da fala do iraquiano, o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse a repórteres que os EUA informaram o governo do Iraque sobre a ofensiva.

A ação busca enviar uma mensagem ao Irã e às milícias apoiadas pelo país de que ataques contínuos às tropas americanas na região e a navios no mar Vermelho terão resposta. Teerã negou participação na ofensiva que provocou a morte dos soldados americanos no domingo.

Biden aprovou os ataques retaliatórios, disseram autoridades dos EUA. Ele havia indicado que eles estavam por vir quando disse a repórteres na terça-feira (30) que havia tomado uma decisão sobre a resposta ao ataque na Jordânia.

O presidente americano e seus principais assessores têm relutado em tomar medidas que possam levar os Estados Unidos a uma guerra mais ampla em uma região já extremamente instável desde o Hamas atacou Israel no dia 7 de outubro. Em particular, a Casa Branca não quer que a guerra por procuração em andamento com o Irã se torne um conflito mais significativo entre os dois países.

Autoridades do governo disseram que Biden teve pouca escolha a não ser retaliar depois que o ataque na Jordânia matou os três soldados americanos, especialmente porque suas mortes ocorreram em meio a uma série constante de outras ofensivas de grupos apoiados pelo Irã, como os houthis no Iêmen e o Kataib Hezbollah no Iraque.

Na quarta-feira (31), Teerã havia prometido responder a qualquer ameaça contra o país feita pelos EUA após a morte dos soldados americanos.

“Estamos ouvindo por aí ameaças vindas de autoridades dos EUA. Respondemos a elas dizendo que os americanos já nos testaram, e agora já nos conhecemos. Nenhuma ameaça ficará sem resposta”, afirmou na ocaisão o chefe da Guarda Revolucionária iraniana, Hossein Salami, segundo a agência de notícias Tasnim.

Redação / Folhapress

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