Sul-Americano na altitude deixa brasileiros a um passo de Paris

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ao menos sete brasileiros voltam de Cochabamba, na Bolívia, com a classificação aos Jogos Olímpicos de Paris muitíssimo bem encaminhada. Nenhum deles consegue se dizer classificado às Olimpíadas, mas quatro podem fazer as malas sem risco de precisar desarrumar.

Eles conquistaram bons resultados no Campeonato Sul-Americano Indoor de Atletismo, que, apesar de não ter alto nível técnico, vale muitos pontos no ranking da World Athletics. Por ter sido disputado na altitude, ainda facilitou a obtenção de resultados em provas de velocidade e saltos.

O atletismo tem adotado dois critérios de classificação para os grandes eventos. Um, o tradicional índice, cada vez mais forte. Outro, um ranking que considera cinco resultados por atleta, e que leva em consideração a marca, a colocação na prova, e o nível do evento para definir a pontuação.

Vitória Rosa, por exemplo, somou 1.251 pontos pelo ouro nos 60m rasos no Sul-Americano Indoor. Como também foi bem na versão outdoor, no ano passado, assumiu a liderança do ranking olímpico por pontos, com média de 1.233. Das 56 vagas olímpicas reservadas para os 100m, 18 estão ocupadas por quem fez índice. As demais, pelo ranking.

A tendência é que cerca de metade dos atletas se classifique às Olimpíadas por índice, e a outra metade pelo ranking. Como os melhores do mundo, que já têm índice, costumam vencer as provas que mais distribuem pontos (Europeu, Mundial, Diamond League, etc), é muito improvável que atletas já bem posicionados no ranking, como Vitória, não se classifiquem.

Na mesma situação que ela está Eduardo de Deus, que igualou o recorde sul-americano dos 60m com barreiras, equivalente aos 110m com barreiras no ginásio indoor, e agora é o segundo do ranking olímpico entre quem ainda não tem índice, com 1.270 pontos.

No salto triplo, Gabriele Santos é a quinta, mas a prova tem só sete atletas com índice. Ela soma 1.192 pontos. Fernando Ferreira (1.208 pontos) é sétimo no salto em altura, e Lucas Marcelino (1.206) o 15º do salto em distância. Eles, assim como Eduardo e Vitória, estão em posição muito confortável.

Tiffani Marinho é a quinta do ranking nos 400m rasos, com 1.205, e por enquanto tem a 27ª vaga olímpica na prova. No caso dela, a classificação é um pouco menos certa, mas ainda assim bastante provável. Apesar do bronze, Eliane Martins chegou a 1.231 pontos no salto em distância e dificilmente não irá a Paris, enquanto Valdineia Martins, campeã no salto em altura, se firmou na zona de classificação, por enquanto com a 21ª de 32 vagas na prova.

Entre quem não foi ao Sul-Americano, os mais bem encaminhados são Izabela da Silva, Andressa de Morais (disco), Renan Gallina (200m), Paulo André Camilo (100m), Wellington Morais (peso), Ana Carolina Azevedo (200m), Tatiane Raquel (3.000m com obstáculos), Juliana Campos (salto com vara) e Chayenne da Silva (400m com barreiras). No caso de PA, o risco é maior, porque dois brasileiros já têm índice e cada país só pode levar três atletas por prova.

Por enquanto, estão classificados Felipe Bardi, Erik Cardoso (100m), Rafael Pereira (110m com barreiras), Alison ‘Piu’ dos Santos (400m com barreiras), Lucas Carvalho (400m rasos), Caio Bonfim (marcha atlética), Daniel Nascimento (maratona), Darlan Romani (arremesso de peso), Almir dos Santos (salto triplo), Erica Sena e Viviane Lyra (marcha atlética). Piu tem índice nos 400m rasos também, mas não correrá a prova em Paris.

DEMÉTRIO VECCHIOLI / Folhapress

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