Palmeiras e São Paulo voltam a decidir título nacional após 50 anos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Palmeiras e São Paulo cultivam uma das mais antigas rivalidades do futebol brasileiro, com mais de nove décadas de história, mas até hoje nunca se enfrentaram em uma final de campeonato nacional. O primeiro embate desse tipo entre os clubes será neste domingo (4), na decisão da Supercopa Rei.

O duelo que opõe os atuais campeões da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro foi rebatizado a partir desta temporada para homenagear o Rei Pelé (1940 -2022). Vencedor da última competição de pontos pontos corridos, o time alviverde buscam seu segundo troféu da Supercopa, enquanto a formação tricolor tem a oportunidade de alcançar a taça pela primeira vez.

Marcado para as 16h (com transmissão de Globo, Sportv e Premiere), o confronto foi levado para o estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, por causa da proibição de clássicos com duas torcidas em São Paulo.

É um cenário bem diferente daquele em que Palmeiras e São Paulo fizeram até hoje o único jogo que valeu um título nacional, embora não tenha sido propriamente uma final. Há cinco décadas, os rivais se encontraram na última rodada do quadrangular decisivo do Campeonato Brasileiro de 1973.

A partida foi disputada já no começo do ano seguinte, em 20 de fevereiro de 1974, com as duas torcidas dividindo as arquibancadas do Morumbi, que recebeu um público de 66.549 pessoas.

O Palmeiras de Leão, Luís Pereira e Ademir da Guia, então chamado de Segunda Academia, precisava de apenas um empate para assegurar o título, já que liderava a disputa — que tinha, além dos dois paulistas, o Internacional e o Cruzeiro.

Uma vitória teria dado o título ao São Paulo de Waldir Peres, Pedro Rocha e Mirandinha. O jogo, porém, não saiu de um 0 a 0, para festa palmeirense.

Ao relatar aquele jogo, a Folha da Manhã retratou que houve dois tempos distintos: “No primeiro, declarou-se a violência e esqueceu-se o futebol”. Sobre o segundo, o jornal pontuou: “Esqueceu-se a violência e fez-se um espetáculo”, embora, novamente, sem gols.

Depois daquele duelo, os dois rivais só iriam se encontrar em uma decisão quase 20 anos depois, já em 1992, quando o São Paulo derrotou o Palmeiras na final do Campeonato Paulista, a primeira das três finais estaduais com os dois clubes. Em 2021, os tricolores também venceram, e, em 2022, foi a vez de a equipe alviverde ganhar o troféu.

Desde a decisão do Estadual, houve nove clássicos, com quatro vitórias do Palmeiras, três do São Paulo e outros dois empates. No confronto mais recente, a equipe verde goleou por 5 a 0 em partida pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, resultado que ajudou a impulsionar o time alviverde na arrancada até a conquista do título nacional.

O técnico Thiago Carpini, no entanto, prefere se apegar ao momento recente da equipe tricolor, que vem de três vitórias e um empate no Campeonato Paulista, incluindo a primeira vitória da história tricolor sobre o Corinthians no estádio de Itaquera, na última terça-feira (30).

“As quatro primeiras rodadas [do Paulista], com uma quebra de tabu, têm um aspecto muito positivo para a final”, destacou o técnico. “Claro que, quando começa o jogo, não influencia em nada, mas chegar num momento bom, em que o São Paulo navega aí mais tranquilamente no início da competição, sem dúvida é muito positivo”, ele acrescentou.

Para o jovem treinador, 39, uma vitória na decisão da Supercopa lhe daria seu primeiro título como técnico, mas não será fácil, já que do outro lado tem o multicampeão Abel Ferreira, que busca o décimo troféu pelo Palmeiras.

LUCIANO TRINDADE / Folhapress

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