SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A mulher que atacou uma comerciante judia de Arraial dAjuda, em Porto Seguro (Bahia), foi judicialmente proibida neste sábado (4) de se ausentar do município, sob pena de prisão preventiva em caso de descumprimento.
A medida cautelar ou seja, uma ação preventiva e provisória enquanto a investigação está em andamento, assinada pelo juiz plantonista Armando Duarque Mesquita Junior, determina que a agressora, além de impedida de deixar aquela comarca, está também proibida de se aproximar da comerciante ou frequentar sua loja.
A investigada também deverá se apresentar bimestralmente à Justiça durante seis meses, segundo a decisão.
A Polícia Civil da Bahia abriu investigação para apurar a ação da mulher que, na sexta-feira (2), entrou na loja da comerciante Herta Breslauer e a xingou de “assassina de criança”, quebrou mercadorias, e ameaçou a vítima. “Eu vou te pegar, maldita sionista”, disse a agressora. A ação foi gravada.
A vítima registrou um boletim de ocorrência na 2ª Delegacia Territorial de Arraial D’Ajuda no mesmo dia e gravou um vídeo em frente ao local, por meio do qual deu a sua versão sobre o ocorrido.
“Ela entrou [na loja], me agrediu, me bateu. Destruiu minha loja. Simplesmente pelo fato de eu ser judia”, diz a comerciante.
A reportagem não conseguiu fazer contato com a investigada.
Até o momento, não se sabe se ela já conhecia Herta e como se iniciou a agressão.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia afirma que um inquérito policial foi instaurado para apurar os crimes de racismo, ameaça, dano e lesão corporal. A pasta diz que a proprietária da loja foi “agredida por outra mulher, que desferiu ofensas por conta da religião da vítima”.
“Guias periciais foram expedidas e diligências estão sendo realizadas para localizar a autora”, afirma ainda a secretaria, em nota.
A advogada da vítima, Lilia Frankenthal, diz que a comerciante foi agredida com um tapa no rosto. Ela conta que Herta voltou à delegacia neste sábado (3) para prestar depoimento e fez exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico-Legal).
A Conib (Confederação Israelita do Brasil) e a Sociedade Israelita da Bahia emitiram uma nota de repúdio.
“Uma agressão covarde, antissemita, que deve ser investigada como crime de ódio e seguir o seu devido processo legal. A Conib vem pedindo moderação e equilíbrio às nossas lideranças para não importarmos o trágico conflito em curso no Oriente Médio”, afirmam as entidades.
Redação / Folhapress