SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Fiocruz informou nesta quinta-feira (8) que vai dobrar a produção de testes para diagnóstico de dengue, zika e chikungunya. Serão entregues ao Ministério da Saúde 600 mil kits, não mais os 300 mil previstos para 2024.
De acordo com a fundação, a atual situação epidemiológica do país, com estados e municípios decretando estado de emergência, motivou a duplicação do contrato. A previsão é de que os primeiros testes sejam entregues nas próximas semanas.
“Essa iniciativa visa a fortalecer o diagnóstico preciso e ágil, permitindo uma resposta eficaz diante das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti”, disse, em nota, Mario Moreira, presidente da Fiocruz.
Além de confirmarem a infecção pelos três vírus, os testes moleculares de diagnóstico (RT-PCR) permitem identificar o sorotipo da dengue (1, 2, 3 ou 4), o que possibilita analisar o tipo dominante em diferentes locais.
Até o fim da tarde desta quinta, o Brasil somava 395.103 casos prováveis de dengue, 23.456 de chikungunya e 341 de zika vírus em 2024. Ao menos 57 pessoas morreram em decorrência das doenças e há 304 óbitos em investigação, segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúd.
A plataforma é a interface é atualizada diariamente com os dados apontados pelos municípios no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Essas informações, porém, podem ser registradas com atraso ou mesmo revistas, então são consideradas provisórias.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, os números devem aumentar nas próximas semanas.
“O que estamos vendo na região metropolitana de São Paulo, no Vale do Paraíba, em outros locais do Sudeste e em Brasília é diferente do Norte e Nordeste, onde tem poucos casos e não há pressão nos hospitais. Mas vai aumentar. O pico da doença terá diferentes momentos”, afirmou David Uip, diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or e reitor do Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC).
Nesta quinta, o painel indicava um coeficiente de incidência de dengue de 477,2 na região Centro-Oeste; 281,2 no Sudeste; 190,4 no Sul; 73,7 no Norte e 16,4 no Nordeste.
Redação / Folhapress