BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo em sua rede social no qual participa de uma roda de oração em Angra dos Reis (RJ), dias após operação da Polícia Federal contra ele e seus aliados e em meio ao avanço das investigações sobre sua participação em uma tentativa de golpe de Estado.
A publicação do encontro com os simpatizantes também ocorre um dia depois da divulgação do vídeo de uma reunião ministerial, ocorrida em julho de 2022, na qual Bolsonaro discute cenários golpistas.
O vídeo foi gravado no que ele chamou “cercadinho de Mambucaba” -o ex-mandatário criou o hábito de receber apoiadores em sua residência de praia, na Vila Histórica de Mambucaba, para falar de diversos temas, a exemplo do que fazia diante do Palácio da Alvorada quando ocupava a Presidência.
“Uma oração pelo Brasil – Deus, Pátria, Família e Liberdade”, escreveu o ex-presidente na postagem.
Bolsonaro não fala nada no vídeo, apenas aparece de costas escutando a oração de uma apoiadora. “Nosso presidente está passando por um momento difícil”, diz a mulher. Ela acrescenta que a luta dele seria a de todos, pois “somos todos brasileiros”, e afirma que ninguém irá recuar, pelo amor ao Brasil.
“Que os inimigos tenham olhos e não possa vê-los, tenham mãos e não possam tocá-lo, tenham pernas e não possam alcançá-los”, afirma a mulher.
Na quinta-feira (8), Jair Bolsonaro e aliados, incluindo militares de alta patente, foram alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder após a derrota nas eleições presidenciais.
A operação é um dos principais reveses para Bolsonaro no cerco judicial que enfrenta desde que deixou a Presidência, em dezembro de 2022.
No dia seguinte, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes tirou o sigilo do vídeo de uma reunião com ministros, em 5 de julho de 2022.
Os vídeos apreendidos pela PF no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mostram que o ex-presidente convoca seus ministros a fazerem “alguma coisa” antes das eleições presidenciais, em que foi derrotado por Lula.
RENATO MACHADO / Folhapress