Quem foi Clara Bow, atriz homenageada por Taylor Swift em seu novo disco

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0 – Clara Bow está nos holofotes de novo, quase um século depois de sua aposentadoria de Hollywood e 59 anos depois de sua morte. A atriz, uma das grandes estrelas do cinema mudo americano, chamou a atenção dos fãs de Taylor Swift ao ser citada no novo disco da cantora, “The Tortured Poets Department”.

O nome de Bow batiza a última música do álbum, que será lançado em 19 de abril no streaming.

Ainda não está claro porque Taylor fez a homenagem, mas a menção já despertou reações de todo tipo. Bisneta de Bow, Brittany Grace Bell já declarou publicamente que os herdeiros da atriz estão felizes com a citação e que torcem que a canção ressuscite o interesse do público pelos seus talentos e prêmios. Ela também confirmou que a família não foi procurada por representantes da cantora.

Além da música, o figurino usado por Taylor no anúncio do disco, feito durante a última cerimônia do Grammy, foi comparado a um dos figurinos clássicos de Bow -incluindo um colar com broche de relógio colado ao pescoço, similar ao de uma foto da atriz de 1925.

Clara Bow é um dos principais nomes do cinema mudo americano dos anos 1920 e 1930. Entre os seus principais trabalhos, se destaca o filme “Asas”, de 1927, que foi o vencedor do primeiro Oscar de melhor filme da história.

Mas ainda que a atriz tenha conseguido alcançar o estrelato e, depois, fazer a transição para o cinema falado na década de 1930, ela se aposentou abruptamente em 1933, depois de atuar em 57 filmes. Ela morreu em 1965, aos 60 anos de idade.

Nascida em Nova York em 1905, Clara Bow começou a carreira aos 17 anos, quando conseguiu um papel no filme “Além do Arco-Íris”, de 1922. Enquanto continuou trabalhando, ela galgou a escada da fama com papéis de mulheres rebeldes e um estilo marcado pelos cabelos cacheados e o batom vermelho.

Assim, apenas cinco anos depois, ela chamaria a atenção da indústria com “O Não Sei que das Mulheres”, filme de Clarence G. Badger que a elevou ao status de beldade. No auge da fama, Bow receberia mais de 45 mil cartas de fãs em apenas um mês.

Mas o estrelato também custou à artista a sua vida privada, tema que foi excessivamente explorado nas colunas sociais. Bow foi chamada diversas vezes pela imprensa de promíscua, sendo tratada como uma mulher movida apenas pelo sexo. Ela também casaria cinco vezes em quatro anos.

Os historiadores hoje acreditam que a atriz tinha um quadro de depressão acentuado por uma bipolaridade. A situação médica dela só piorou com o ritmo fabril da Hollywood da época, onde chegou a filmar e lançar oito filmes em um ano.

Tudo isso levou Clara Bow a se tornar uma das primeiras “it girls” do cinema. O termo foi usado nos anos seguintes para identificar atrizes que eram exploradas à exaustão pelos estúdios por sua beleza e que, depois de envelhecerem, eram descartadas sem consideração. Quando morreu, sua fama era quase nula perante à atenção que recebeu no auge.

Por isso mesmo, Bow foi diversas vezes homenageada e usada de referência para personagens. Um exemplo clássico é Betty Boop, clássica personagem da animação americana que teve a atriz como uma de suas inspirações visuais. No cinema, papéis de Bérénice Bejo em “O Artista”, de 2011, e de Margot Robbie em “Babilônia”, de 2022, também usaram a história da artista.

Taylor Swift não é a primeira a referenciar Bow na música. Em 1985, o cantor Prince também citou o nome dela na letra da canção “Condition of the Heart”, lançada no álbum “Around the World in a Day”.

Redação / Folhapress

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