SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Tim registrou velocidade recorde para internet móvel no continente americano em teste do chamado 5G Advanced, padrão de velocidade que supera o atual 5G.
O teste feito no laboratório da telecom no Rio de Janeiro mostrou uma velocidade de transferência de dados de 11,6 gigabytes por segundo, uma taxa dez vezes superior à registrada em faixas de 5G tradicionais, de cerca de 1 gigabyte por segundo.
A operadora fez o anúncio em apresentação no MWC, maior evento do mundo de telecomunicações do mundo, realizado na Espanha. O serviço ainda não está disponível para clientes.
Apelidado de 5,5G pela equipe da Tim, o 5G Advanced será capaz de garantir ao consumidor acesso móvel a tecnologias avançadas como realidade virtual e realidade aumentada, conceitos articulados por dispositivos como o Vision Pro da Apple e o Meta Quest 3, da Meta.
A Tim afirmou que o 5,5G pode melhorar a experiência com dispositivos inteligentes para casa e automóveis. Cidades de China, Alemanha e Áustria iniciaram os testes da nova velocidade neste mês de janeiro.
O 5,5G seria um passo na transição para o 6G, com projeção para chegar ao público no fim desta década.
O diretor técnico da Tim Brasil, Marco Di Costanzo, afirmou também que uma faixa com velocidade maior que o conhecido 5G e menor que o 5,5G, chamada 5G Stand Alone, também foi alcançada pela primeira vez na operadora. A velocidade foi de 5,4 gigabytes por segundo.
“Somos líderes em 5G e damos mais este passo rumo a uma melhor qualidade do serviço e eficiência de nossa rede”, disse o executivo.
A Tim investiu na área de 5G e é a empresa com o maior número de antenas no país, mostram dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Executivos da empresa citaram a busca da telecom por receitas alternativas para compensar os altos gastos com infraestrutura.
A empresa avalia se continuará a oferecer acesso gratuito a aplicativos como WhatsApp, Waze e Deezer. As operadoras de telefonia também têm questionado as restrições que têm para usar dados de clientes em serviços para terceiros, maiores do que as impostas às plataformas de internet e smartphones.
Por obedecerem à Lei Geral de Telecomunicações (LGT), de 1997, as teles só podem usar dados dos clientes para melhorar a própria infraestrutura de serviços, diferentemente das big techs, por exemplo, que podem usar informações de seus usuários para venderem anúncios.
As operadoras dizem que usariam as informações dos clientes para direcionar recursos de dispositivos inteligentes, como lâmpadas, câmeras e outros.
As empresas de infraestrutura também pressionam a Anatel pelo aumento na quantidade de frequências disponíveis para internet móvel. Hoje, o espectro é compartilhado com outras tecnologias como sinal de rádio e TV.
PEDRO S. TEIXEIRA / Folhapress