BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde registra 973.347 casos prováveis de dengue, além de 195 mortes confirmadas e outras 672 em investigação. Os dados da pasta foram atualizados nesta terça-feira (27).
A pasta vai realizar no próximo sábado (2) o “Dia D” contra a doença. O plano é levar agentes de Saúde aos focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, e mobilizar campanhas de prevenção em diversas cidades.
A ministra Nísia Trindade disse nesta terça-feira que há expectativa de redução de casos em alguns estados até o fim de março. Ela afirmou, porém, que os dados estão em avaliação e não é possível apontar qual será o comportamento da doença no país.
“Essa é uma expectativa com relação ao Distrito Federal, a Minas Gerais, mas como a situação é muito heterogênea, é muito complexo”, disse a ministra.
A secretária nacional de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, afirmou que o ministério observa alguns estados em declínio de casos, mas que ainda é preciso confirmar se este movimento se sustenta. “Acho que nas próximas duas semanas a gente vai ter um cenário mais definido.”
A ministra citou a preocupação com o avanço da doença para estados ainda sob controle, como do Norte e Nordeste. Ela afirmou que tem conversado com gestores da Bahia, que tem alta de casos.
“Outro ponto de preocupação é o aumento de casos graves. Temos de olhar o manejo adequado, cuidado no tempo certo e hidratação [do paciente]”, disse Nísia.
O ministério afirma que a proporção de mortes por quadros graves caiu em 2024. No ano passado, a Saúde registrou 1.658.816 casos prováveis da dengue e 1.094 mortes.
Segundo os dados do ministério, o Distrito Federal tem 3.552,6 casos prováveis de dengue por 100 mil habitantes, maior coeficiente de incidência entre as unidades da federal.
A capital federal tem 52 mortes, conforme o painel do ministério. Na conta do governo local, são 55 mortes.
Minas Gerais tem a segunda maior incidência da doença, são 1.618 casos por 100 mil habitantes. Já o Paraná tem 34 mortes confirmadas, segundo maior número entre os estados.
O ministério comprou 5,2 milhões de doses da vacina contra a dengue. Os imunizantes começaram a ser entregues neste mês aos municípios. Crianças e adolescentes de 10 a 14 anos são o público-alvo inicial.
O Dia D planejado pela Saúde para sábado (2) não terá como foco a mobilização da vacinação. O plano é fortalecer ações de prevenção da doença e de retirada dos focos do mosquito transmissor.
O Ministério da Saúde estima atingir de 4,2 milhões a, no pior cenário, 5 milhões de casos em 2024.
“O que nós estamos vivendo agora é um fenômeno atípico em relação à dengue, porque não é comum a gente ter três anos seguidos de números de casos nessa magnitude”, disse Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, à Folha na semana passada.
“Nós não sabemos ainda se o que nós estamos vivendo agora é uma antecipação da curva [de casos] e, portanto, também uma antecipação do período de decréscimo dos casos ou se nós teremos realmente uma magnitude de casos que pode e que está estimado para ser a maior da história do país e das Américas”, afirmou.
MATEUS VARGAS / Folhapress