SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma publicação da atlética de farmácia da USP (Universidade de São Paulo) foi acusada de ter teor racista por alunos.
Na última quinta-feira (7), o grupo divulgou no Instagram uma mensagem para apresentação da sua nova direção. A ideia da equipe de comunicação foi mimetizar a capa de uma playlist da plataforma Spotify, mas com a imagem da presidente recém-eleita ao centro, o nome dela, e alguns dizeres.
“Para dar ordens e chicotadas. Dê play nos sucessos da Sinhá”, trazia o texto. Sinhá era o tratamento que os escravos davam a sua senhora.
Na sexta-feira (8), a atlética apagou a postagem e se desculpou pelo ocorrido. “Entendemos agora que o que foi dito tem uma interpretação errada e sentimos muito por todos e qualquer um que se sentiram ofendidos”, declarou em nota.
“Racismo é crime e de maneira nenhuma gostaríamos de passar qualquer mensagem diferente dela”, prosseguiram.
Ocorre que, com a mensagem inicial no ar por mais de 24h, milhares de comentários contrários já haviam sido feitos. Além disso, compartilhamentos criticando a atlética surgiram em outras redes sociais.
“Não adianta apagar atlética farma USP, todos nós vimos um post nitidamente racista”, escreveu um usuário no X, ex-Twitter.
A direção da Faculdade de Ciências Farmacêuticas anunciou uma sindicância.
“Ressaltamos que essa diretoria considera inadmissível toda e qualquer forma de preconceito e já está tomando as providências legais junto aos órgãos competentes da reitoria”, escreveu a direção em seu site oficial.
O núcleo de direitos humanos, a ouvidoria e a comissão de inclusão e pertencimento da USP também devem participar das investigações e opinar sobre possíveis punições aos envolvidos.
A atlética é uma associação formada por alunos de um ou mais cursos de uma faculdade para representação esportiva, como um clube. Ela é gerida de forma voluntária pelos estudantes.
Em geral, a equipe conta com presidente, vice, tesoureiro, secretário, diretor de marketing, diretor de esportes e diretor de eventos.
BRUNO LUCCA / Folhapress