‘Todo mundo se jogou no chão’, diz passageiro sobre tiros na rodoviária do Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O sequestro de um ônibus com 17 reféns na Rodoviária do Rio (Novo Rio) deixou em pânico as pessoas que estavam no local na tarde desta terça-feira (12), principalmente quando o sequestrador disparou sua arma e atingiu um homem com três tiros. Após cerca de três horas de negociações conduzidas por policiais militares, o suspeito se entregou.

“Todo mundo se jogou no chão na hora. Eu sou morador de Água Santa, Piedade [zona norte], tô acostumado com o som de tiro, mas não assim, né, na rodoviária, um lugar que a gente acha que seria seguro”, afirmou o passageiro Cleyton Oliveira, 30.

Acompanhado de sua mãe, ele estava no local prestes a embarcar em uma viagem para a Bahia, quando ouviu o disparo de arma de fogo. A rodoviária ficou fechada por cerca de três horas e viagens acabaram adiadas.

Sem retorno da empresa de transporte quanto à nova data de sua viagem, ele tentava contato com a pousada via e-mail para avisar do incidente.

“A gente fica à deriva aqui. E, vou te contar, isso tudo acaba dando um receio de viajar de ônibus”, disse ele, que comprou as passagens há cerca de um mês para passar na Bahia 15 dias de férias do trabalho de serviços gerais.

Funcionária há três anos da empresa de viagem 1001, Elza Silva, 59, estava na rodoviária no momento do crime. “Quando cheguei aqui, por volta das 15h20, escutamos barulho de tiro.”

Ela diz ter ficado com medo ao ouvir os disparos. E conta ter sido informada pelos chefes que deveria esperar a resolução do caso para ajudar no realocação dos passageiros quando a rodoviária fosse reaberta.

Durante a entrevista, ela atendeu o telefone. Do outro lado da linha estava seu pai, aflito. “Tá tudo bem. Não entrei ainda. Tá tudo bem!”, disse Silva.

Ainda não havia informação sobre a identidade e a motivação do suspeito até a publicação deste texto. Também não foram divulgados os nomes dos dois feridos.

“O tomador de reféns está preso, todos os reféns estão libertados, seguros”, afirmou o porta-voz da corporação, coronel Marco Andrade, às 17h57.

MATHEUS DE MOURA / Folhapress

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