Dois vão à polícia dizer que foram assaltados por homem que sequestrou ônibus no Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Dois homens, que não tiveram seus nomes divulgados, foram até a delegacia que investiga o sequestro de um ônibus no Rio de Janeiro, ocorrido na tarde desta terça (12), após reconhecerem o suspeito com a divulgação de sua imagem na imprensa.

À polícia eles afirmaram que Paulo Sergio de Lima, 29, os assaltou em uma van no final de semana e fugiu para a Rocinha. Um deles reconheceu um cordão de ouro que Lima usava na delegacia como sendo de sua propriedade e o recuperou.

Lima não possui advogado constituído e não passou, ainda, por audiência de custódia. Ele já tem condenações por homicídio e roubo a ônibus.

Conforme a Folha de S.Paulo antecipou, o motivo da desavença entre Lima e traficantes no final de semana teria sido um assalto a uma moradora da Rocinha. A versão dos homens que procuraram a delegacia reforça que houve troca de tiros entre Lima e os criminosos após o assalto.

“Durante o roubo ele [Lima] ordenou que a van parasse na frente da Rocinha, correu para dentro da comunidade, só que os passageiros foram atrás dele, e se depararam com os traficantes. O Paulo (Lima) ficou nervoso e atirou contra os traficantes e atingiu, segundo as vítimas, um deles com estilhaços na perna”, afirmou o delegado Mario Jorge Andrade, que investiga o caso.

A reportagem entrevistou uma mulher que também disse ser vítima do roubo. Ela contou que é moradora da Rocinha e, por isso, foi na direção dos traficantes. Na versão dela, mesmo antes de os traficantes entenderem do que se tratava, Lima fez os disparos.

Ainda de acordo com a moradora, Lima poderia ter sido morto pelos traficantes por ter realizado o assalto e, por isso, fez os disparos para fugir.

O delegado afirmou, ainda, que Lima apresentou outra versão para a troca de tiros com os traficantes. Segundo o investigador, Lima disse que é integrante do tráfico da Muzema e teria ido até a Rocinha, no final de semana, para pagar uma dívida em bares.

Lá, teria se desentendido com um traficante e trocado tiros. Mesmo sem ter ferido outra pessoa, segundo ele, ficou com medo de represálias e passou a se esconder em hotéis, até decidir ir para a casa da mãe, em Minas Gerais.

Já na rodoviária, ao pagar em dinheiro o valor da passagem, ele contou, segundo o delegado, que pensou ter chamado a atenção de policiais disfarçados.

“Quando ele [suspeito] entrou no ônibus houve uma pane e o motorista foi chamar um mecânico. Nesse momento, mais passageiros estavam entrando e ele achou que eram policiais”, disse o delegado.

Ainda segundo o investigador, Lima contou que teria tentado entregar a arma, uma pistola 9 mm, aos passageiros que estavam subindo no ônibus e um deles se assustou com a atitude. Nesse momento, ele fez os disparos.

O petroleiro Bruno Lima da Costa Soares, 34, que foi atingido por três tiros no tórax e está no CTI (Centro de Tratamento Intensivo). Já o outro passageiro foi ferido por estilhaços e liberado no local. Ele não teve o nome divulgado.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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