SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi recebido na zona leste paulistana nesta quinta-feira (14) com uma confusão entre sua claque de apoiadores e representantes do Sindsep, sindicato de servidores municipais.
Ao lado da primeira-dama Regina Carnovale Nunes, o prefeito visitou as tendas de atendimento a dengue na UPA Tito Lopes, em São Miguel Paulista, que estava lotada de pacientes.
Os sindicalistas erguiam cartazes pedindo reajuste salarial e dizendo que Nunes abandonou São Paulo. O Sindsep é ligado à CUT, que apoia o PT. Nunes é candidato à reeleição e tem como seu principal opositor o deputado Guilherme Boulos (PSOL), que tem apoio do presidente Lula e do PT.
A claque de Nunes abafou o protesto com gritos de apoio. Integrantes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) cercaram os sindicalistas, que tiveram seus cartazes amassados pelos apoiadores do prefeito.
Um deles chamou o grupo de “pão com mortadela” e disse que eles não tinham cara de trabalhadores ou de professores. Em meio aos apoiadores, Nunes não interagiu com os manifestantes.
Os professores municipais protestam por reajuste de salário, e a categoria está em greve. Representante do sindicato presente no protesto na UPA, a professora Luana Bife, 39, diz que o confronto é normal em tempos de eleição e polarização.
“Podem nos chamar de pão com mortadela, mas nossa reivindicação é concreta, é por condições de trabalho”, disse. Questionada sobre sua preferência de candidato na eleição, ela evitou falar um nome, mas defendeu que seja do que chama de campo progressista.
Boulos e Nunes lideram tecnicamente empatados a pesquisa Datafolha divulgada nesta semana sobre a corrida eleitoral de 2024 para a Prefeitura de São Paulo.
Com a polarização nacional consolidada no pleito municipal, Boulos marca 30% e Nunes tem 29% estão isolados do segundo pelotão de pré-candidatos. O psolista tem o presidente Lula como seu cabo eleitoral, enquanto o prefeito conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tabata Amaral (PSB) marca 8%, seguida de Marina Helena (Novo) com 7%, Kim Kataguiri (União Brasil) com 4% e Altino (PSTU) com 2%.
Outros 14% declaram voto em branco ou nulo, enquanto 6% não sabem em quem votar. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
CAROLINA LINHARES / Folhapress