Fórmula E quer mostrar que carro elétrico não é coisa do futuro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A FE (Fórmula E) realiza neste sábado (16) o E-Prix de São Paulo, a quarta etapa da temporada 2024 do campeonato mundial que acontece em um circuito de rua desenhado no entorno do Sambódromo do Anhembi.

A FE é uma categoria de escala internacional que promove corridas de carros elétricos e acelera pela segunda vez no Brasil em um lugar onde há poucas semanas passavam os carros alegóricos das escolas de samba durante os desfiles de Carnaval.

Por mais estranho –ou curioso– que isso pareça, a proposta da FE, baseada na cultura da eletrificação e promoção de energia renovável, não está tão distante do cenário automotivo brasileiro.

Segundo a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), 94 mil carros elétricos foram vendidos somente em 2023, o que representa um aumento de 91% em relação às vendas de 2022.

Embora ainda uma pequena fração em comparação com a venda de cerca de 2,2 milhões de veículos à combustão em 2023, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automores), é um mercado em forte expansão em um cenário de crescente busca global por fontes de energia renováveis.

Segundo os executivos da categoria, o objetivo da FE é ajudar na popularização desse mercado, para mostrar que se trata de uma opção acessível e eficiente.

“Estamos em um país onde 83% da energia total é produzida por meio de fontes renováveis. Portanto, definitivamente, a intenção [de comprar o carro elétrico] existe”, afirma Alberto Longo, cofundador da Fórmula E, em entrevista à Folha de S.Paulo no sambódromo do Anhembi.

Os promotores do evento reconhecem que, embora a eletrificação no meio automotivo esteja em curso, ela ainda não atingiu um nível suficiente para competir com os veículos movidos à combustão. Um dos motivos apontados é o preço dos carros elétricos, ainda mais elevado na comparação com os pares, bem como a falta de infraestrutura das cidades para veículos elétricos.

Longo, entretanto, garante que o Brasil é um mercado-chave para o mercado mundial de carros elétrico. “O Brasil definitivamente será um participante importante no mercado elétrico do mundo”, garante o cofundador da FE.

Os organizadores acreditam que o mundial tem grande potencial de atrair um público jovem, pois entendem que os mais novos dão atenção uma maior a questões relacionadas à sustentabilidade do planeta, a principal bandeira da competição.

Jeff Dodds, CEO da categoria, afirma que a grande dúvida é sobre qual será a velocidade em que se dará a migração da frota de veículos da tecnologia à gasolina e diesel para veículos elétricos.

Para Dodds, trata-se de responder as três principais perguntas que deixam as pessoas hesitantes em adquirir um carro elétrico, relacionadas ao seu desempenho em comparação ao veículo à combustão; a autonomia da bateria; e o sistema de carregamento.

Ao passar por México, Arábia Saudita, Brasil, Japão, Itália, Mônaco, Alemanha, China, Estados Unidos e Inglaterra, a Fórmula E tenta levar as respostas destes frequentes questionamentos aos quatro cantos do globo.

“O motivo pelo qual a Fórmula E vem à cidade é mostrar que, quando você tem um carro de corrida que acelera em 2,5 segundos até 100 quilômetros por hora, não se preocupe com o desempenho dos veículos elétricos. [Nós] corremos por 45 minutos em uma pista de corrida, portanto, você não deve se preocupar com o desempenho da bateria em relação à autonomia do carro”, disse Dodds. “Quando aparecemos na cidade, é simplesmente para mostrar às pessoas que elas não devem se preocupar em optar por um veículo elétrico”.

MARIA CLARA CASTRO / Folhapress

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