SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia depois de garantir um novo mandato de seis anos, o presidente russo Vladimir Putin discursou brevemente durante um ato na Praça Vermelha para marcar os dez anos da anexação da Crimeia, península ucraniana no Mar Negro.
Durante o ato, ele afirmou que as regiões anexadas da Ucrânia agora fazem parte da nova Rússia. “Elas declararam seu desejo de retornar à sua família nativa”, disse Putin, nesta segunda-feira (18)
“Há dez anos, aqui, na Praça Vermelha, neste mesmo palco, lembrei que a Crimeia é frequentemente chamada de um porta-aviões inafundável. É, portanto, apropriado dizer que ela retornou ao seu porto de origem”, acrescentou.
A anexação da península foi um precursor da tomada de quatro outras regiões ucranianas em 2022 em meio à guerra entre Moscou e Kiev.
No entanto, a comunidade internacional condena as anexações e as considera ilegais. O governo ucraniano afirmou que irá expulsar os russos da Crimeia e de todos os territórios ocupados durante a guerra.
A tomada da Crimeia foi promovida por Vladimir Putin em 2014 sem um tiro, na esteira da guerra civil que se seguiu à derrubada de um governo pró-Moscou em Kiev.
À época, um referendo apoiado por tropas russas infiltradas na península deu 95,6% e 96,77% dos votos à reunificação na cidade autônoma de Sebastopol e no resto da Crimeia, respectivamente. Dois dias depois, Putin aceitou o resultado.
Foi a forma que ele usou para evitar a união do vizinho às estruturas militares e econômicas do Ocidente, como a Otan, trazendo tropas adversárias às suas fronteiras e perdendo influência.
O comício na Praça Vermelha ocorre na esteira da vitória de Putin nas eleições presidenciais. O político ganhou o pleito com números recordes na história pós-soviética e ficará por mais seis anos na Presidência do país.
Ele teve pouco mais de 87% dos votos. O comparecimento foi de 77,4%, segundo a Comissão Eleitoral Central.
Em seu discurso de vitória de sete minutos para o comando de campanha e ao responder a jornalistas, Putin disse que sua vitória era um sinal “de que somos todos irmãos em armas”, agradeceu aos soldados lutando na Guerra da Ucrânia e prometeu “completar os objetivos da operação militar especial, tornando o Exército mais forte”.
Redação / Folhapress