A história das músicas ‘Negro Gato’ e ‘O Sósia’, de Getúlio Côrtes

No dia de hoje, o compositor carioca Getúlio Côrtes completa 85 anos! Em homenagem, confira as histórias das músicas Negro Gato e O Sócia, de sua autoria.

Getúlio Côrtes é um dos poucos artistas negros ligados à Jovem Guarda. O compositor foi autor de ‘Negro Gato’, famosa na voz de Luis Melodia | Foto: Divulgação/Redes Sociais

Getúlio Côrtes

Ligado à Jovem Guarda e ao rock nacional, Getúlio Côrtes iniciou sua carreira na Rádio Mayrink Veiga, em 1960, interpretando canções de grandes astros da música norte-americana como Frank Sinatra e Louis Armstrong

Nesta época, Getúlio – que é irmão do cantor Gerson King Combo, falecido em 2020 – integrou o grupo The Wonderful Boys. Como compositor, Côrtes foi gravado por diversos artistas da Jovem Guarda, especialmente por Roberto Carlos

Uma curiosidade é que Getúlio Côrtes lançou seu primeiro álbum como intérprete em março de 2018, aos 80 anos, contendo versões de suas canções mais famosas gravadas por outros artistas: As História de Getúlio Côrtes.

Saudando Grandes Compositores da MPB

Para homenagear o aniversariante do dia e seguir homenageando grandes compositores da nossa música popular brasileira – que são tão importantes e tem uma contribuição tão significativa quando cantores, intérpretes e músicos – nós damos continuidade à série Saudando Grandes Compositores da MPB, em que contamos a história de grandes clássicos das carreiras desses artistas.

Entre os vários sucessos de Getúlio Côrtes, falaremos sobre os clássicos Negro Gato O Sósia.

A história da música ‘Negro Gato’, de Getúlio Côrtes

Negro Gato é uma canção escrita por Getúlio Côrtes e originalmente gravada pela banda Renato e Seus Blue Caps, em 1964. Foi inspirada na canção Three Cool Cats, da dupla Jerry Leiber e Mike Stoller, da banda The Coasters, um hit nos Estados Unidos nos anos 60.

Dois anos mais tarde, a canção foi regravada por Roberto Carlos em uma versão mais rock’n roll e se tornou um dos seus primeiros sucessos de Getúlio Côrtes. Para fazer a letra da canção, o compositor se inspirou  em um gato preto que ficava perto de sua casa, no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro.

Getúlio é um dos poucos artistas negros ligados à Jovem Guarda

O gato não parava de miar e não deixava Getúlio dormir, que tentava espantá-lo sem sucesso. O barulho o incomodava tanto, que o compositor conta que cogitou em matar o animal. Porém acabou se inspirando para fazer a canção, ainda bem! Um animalzinho foi salvo e a MPB acabou ganhando um de seus maiores clássicos!

Mesmo não tendo sido composta com este intuito – e sendo Getúlio Côrtes um dos pouquíssimos artistas negros ligados à Jovem Guarda – muitos interpretam Negro Gato como uma canção que aborda temas como o racismo e desigualdades sociais.

Negro Gato foi gravada por vários outros grandes intérpretes como:

  • Erasmo Carlos, em 1974;
  • Luiz Melodia, em 1980, que ganhou inclusive o apelido de Negro Gato depois disso;
  • Marisa Monte também gravou a canção em 1989;
  • Planet Hemp e Reginaldo Rossi, em 1999;
  • e Wanderléa, em 2003.

A história da música ‘O Sósia’, de Getúlio Côrtes

No ano seguinte ao lançamento de Negro Gato, Roberto Carlos gravou outro grande sucesso composto por Getúlio Côrtes: O Sósia

A canção entrou para o disco Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, de 1967, e narra o caso de Roberto ter encontrado com um sósia seu, com sua idêntica aparência e nome.

Impossibilitado de provar sua identidade para “o broto”, Roberto encontra a solução para o seu caso: cantar uma música. Apesar do sósia também cantar, sua desafinação atesta por sua segunda ordem, deixando claro quanto o verdadeiro Roberto Carlos prevalece, sendo, assim, finalmente identificado.

A canção ironiza a quantidade de imitadores de Roberto Carlos

A canção, que ironiza a quantidade de imitadores de Roberto Carlos que já despontavam naquela época, antes mesmo do cantor Paulo Sérgio (que se apresentava MUITO parecido com o Rei) surgir em 1968, fazendo Roberto lançar – neste mesmo ano – o disco O Inimitável.

É curioso notar que a narrativa da canção – composta por Getúlio, e não por Roberto – aponta para o quanto não é pela autoria, mas sim pela performance e interpretação que Roberto Carlos é identificado: é pela desafinação na interpretação do sósia que este é descoberto. 

Gostou de saber mais sobre as histórias de grandes canções da nossa música popular brasileira? Continue acompanhando a nossa série Saudando Grandes Compositores da MPB. Hoje, homenageamos o aniversariante Getúlio Côrtes.

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS