SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Americanas, varejista em recuperação judicial, informou nesta quarta-feira (20) que comprou a fatia da Uni.Co, dona das franquias Puket e Imaginarium, que estavam em poder do fundo de investimentos Squadra.
A varejista pagou R$ 106,9 milhões por 30% da Uni.Co, tornando-se a titular da totalidade do capital social da companhia. No último dia 1º, os acionistas minoritários da Uni.Co, representados pelo Squadra, haviam decidido exercer o direito de vender a totalidade da sua participação no grupo para a varejista.
Em abril de 2021, antes portanto de vir à tona o rombo contábil de R$ 25,3 bilhões, em janeiro de 2023, a Americanas comprou 70% da Uni.Co, por um valor não revelado. Na ocasião, já estava previsto que a varejista poderia adquirir os 30% restantes após três anos, em uma faixa de valor pré-definida.
De acordo com balanço da Americanas do acumulado de janeiro a setembro de 2023, divulgando no último dia 26, a Uni.Co registrou receita líquida de R$ 145 milhões no intervalo, uma queda de 7,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No ano passado, a Americanas tentou vender a Uni.Co para levantar capital, em meio ao processo de recuperação judicial. Mas a varejista desistiu, alegando ter recebido propostas que “não refletem o real valor do ativo.”
Em entrevista à Folha de S.Paulo em fevereiro, o presidente da Americanas, Leonardo Coelho, afirmou que a empresa continua interessada em fazer desinvestimentos para levantar capital e focar no novo público homens e mulheres das classes B e C. Com isso, procura compradores não só para a Uni.co, como para a rede de hortifrútis Natural da Terral e até para a fintech Ame Digital.
“Mas essas empresas não estão em liquidação”, disse à época, referindo-se às propostas recebidas abaixo dos valores esperados.
De acordo com o consultor André Pimentel, da Performa Partners, com essa operação, a Americanas avaliou a Uni.co em aproximadamente R$ 500 milhões. “Se colocar a companhia no mercado hoje, o seu valuation [valor da empresa] seria infinitamente inferior a isso”, afirma.
A reportagem procurou a Americanas para comentar o negócio, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.
DANIELE MADUREIRA / Folhapress