Prisão de Robinho é destaque fora do Brasil; veja repercussão internacional

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A prisão de Robinho na cidade de Santos, litoral de São Paulo, repercutiu rapidamente fora do Brasil. O jogador irá cumprir pena de nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo cometido na Itália.

O jornal “AS”, da Espanha, focou na entrada de Robinho na prisão. O veículo destacou os nove anos de condenação aos quais o ex-jogador foi submetido e a relação que ele construiu com a cidade de Santos, de onde saiu de ídolo para detento.

“Robinho foi preso”, escreveu a “Gazzetta dello Sport”, da Itália, onde o ex-jogador cometeu o estupro. O jornal citou a passagem do brasileiro pelo Milan e detalhou a sentença definida pela Justiça italiana em 2022.

O “Daily Mail”, da Inglaterra, decidiu abordar os momentos em que atletas brasileiros foram notícias pelos motivos fora do ambiente do futebol. O jornal inglês citou a prisão de Robinho e a de Ronaldinho Gaúcho.

O jornal “Olé”, da Argentina, focou no cumprimento da condenação imposta pela Justiça da Itália. A foto do ex-jogador dentro da sede da Polícia Federal de Santos estampou a capa da matéria.

A PRISÃO

Robinho foi preso pela Polícia Federal na noite desta quinta-feira (21) após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) homologar o pedido da Justiça italiana para que o ex-jogador cumpra a pena de nove anos de prisão no Brasil. Ele foi condenado por estupro coletivo cometido em 2013.

A prisão foi realizada na casa do ex-jogador, em Santos. A ida da polícia à residência de Robinho aconteceu um dia após o STJ decidir que o ex-atleta deve cumprir a pena no Brasil.

O ex-jogador passaria por exame de corpo de delito e por uma audiência de custódia. Após estes passos, Robinho seria encaminhado para o sistema prisional.

O ofício para a execução da pena foi enviado para a Justiça Federal de Santos nesta quinta (21) e encaminhado à Polícia Federal. Ele foi assinado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do STJ.

STJ DECIDE PELA PRISÃO

Em sessão do STJ realizada ontem, nove dos 11 ministros presentes votaram a favor da homologação do pedido vindo da Itália. Apenas dois deles votaram contra.

O STJ também decidiu que a execução da pena fosse imediata. A defesa de Robinho pediu um habeas corpus ao STF, mas ele foi negado pelo ministro Luiz Fux, sorteado para ser o relator.

O CASO

Robinho e mais cinco amigos foram denunciados por estupro por uma mulher albanesa. O caso aconteceu no dia 22 de janeiro de 2013, na boate Sio Cafe, em Milão, na Itália. Até hoje, apenas ele e Ricardo Falco foram condenados.

Os outros quatro amigos de Robinho não foram condenados. Como todos já haviam deixado a Itália durante as investigações, eles não foram localizados pela Justiça para serem notificados para a audiência preliminar que aconteceu em 31 de março de 2016. Assim, o juiz resolveu separar os casos

Em 2014, Robinho admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima, mas negou violência sexual. Ele reforçou o discurso em 2020, em entrevista ao UOL.

Ainda em 2020, quando já havia sido condenado em primeira instância, ele acertou seu retorno ao Santos. O Peixe, no entanto, suspendeu o contrato com o atacante dias depois por causa da pressão da torcida e da imprensa pelo caso.

Em 2022, Robinho foi condenado na terceira e última instância da Justiça italiana a nove anos de prisão. Entretanto, ele nunca foi preso por já estar no Brasil, que não extradita seus cidadãos. Sendo assim, a Itália pediu para que o Brasil julgasse a possibilidade de o ex-jogador cumprir a pena em solo brasileiro.

O Ministério Público Federal se manifestou a favor da prisão de Robinho. O vice-procurador geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, mencionou as gravações feitas pela Justiça italiana que levaram à condenação de Robinho.

Redação / Folhapress

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