Homem morre em ação da PM em Santos e Operação Verão soma 49 óbitos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem de 21 anos morreu na manhã deste sexta-feira (22), em um suposto confronto com policiais militares no bairro Soboó, em Santos, no litoral de São Paulo.

Com a nova morte, as mortes decorrentes de intervenções policiais chegaram a 49 na Operação Verão, na Baixada Santista.

Outros dois supostos confrontos ocorridos nesta sexta-feira podem aumentar a estatística. Três homens teriam sido atingidos, dois no morro do Tetéu, em Santos, e um em Guarujá.

Questionada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) não confirmou se houve vítimas nem como foram os dois casos, pois as ocorrências ainda estavam em elaboração.

Na ação da manhã no bairro Soboó, segundo a pasta, um jovem de 20 anos também acabou preso.

De acordo com a pasta, os agentes foram ao local verificar uma denúncia de tráfico de drogas quando viram três pessoas, duas delas armadas.

Ao perceber a aproximação dos policiais, segundo a secretaria, um dos suspeitos apontou a arma para os PMs, que intervieram.

Um homem foi baleado e os outros conseguiram fugir. O ferido acabou socorrido ao Hospital Santa Casa de Santos, mas não resistiu.

“Com ele, foi apreendido um revólver calibre 357, rádios comunicadores, R$ 939 e uma mochila com 610 porções de drogas entre ecstasy, haxixe, skunk, cocaína e maconha”, diz a SSP, em nota.

Posteriormente, afirma o texto, um dos suspeitos que fugiu deu entrada na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Central, onde foi localizado pelos policiais.

“Questionado, ele confessou que estava traficando drogas no bairro Saboó e durante sua fuga foi alvejado na perna”, diz. Ele teve alta hospitalar e foi levado à delegacia e preso.

Exames periciais foram solicitados ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal e o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, tráfico e associação para o tráfico de drogas, lesão corporal decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio no 5º DP de Santos.

A primeira fase da Operação Verão começou no dia 18 de dezembro, com foco no reforço da segurança das cidades do litoral durante a alta temporada. Ela entrou em uma nova fase após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no dia 2 de fevereiro —é a partir desta data que as 49 mortes são contabilizadas.

Cosmo foi assassinado durante patrulhamento em uma favela de palafitas na periferia de Santos.

Após o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, dizer não reconhecer excessos por parte da PM, a Ouvidoria da Polícia disse ter encaminhado ao governo do estado 27 queixas de abusos durante a operação entre janeiro e fevereiro.

A gestão Tarcísio de Freitas declarou que todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.

Diante da violência que atinge a região, organizações de direitos humanos denunciaram na ONU as ações da PM no litoral. O governador chegou a dizer “não estar nem aí” para as possíveis denúncias de violações que foram apresentadas para o colegiado internacional.

A 3ª fase da Operação Verão permanece em andamento por tempo indeterminado, segundo a Secretaria da Segurança. Desde o início, 967 criminosos foram presos, incluindo 384 procurados pela Justiça, e 941 kgs de drogas foram apreendidos, afirma a pasta. Além disso, 103 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidas.

A pasta confirmou que foram 49 óbitos. “As mortes em confronto são resultado da reação violenta dos criminosos ao trabalho policial”, diz.

Redação / Folhapress

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