A campanha de vacinação contra o vírus influenza, causador da gripe, teve início em todo o país na segunda-feira, 25. Neste ano, o Ministério da Saúde resolveu antecipar o mutirão, que, normalmente, ocorre entre abril e maio. O motivo é a circulação precoce do vírus. As doses serão aplicadas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Na região Norte, a imunização ocorrerá no segundo semestre, período com mais episódios de infecções em virtude do “inverno amazônico”.
O Brasil enfrenta a circulação simultânea de quatro vírus responsáveis por infecções respiratórias: Sars-CoV-2, causador Covid-19, influenza –responsável pela gripe –, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. O alerta é da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz.
Para o colunista da Novabrasil, o infectologista Renato Kfouri, a campanha de vacinação contra a gripe é bem-vinda porque, ao que parece, a temporada de gripe está começando mais cedo que o habitual. Em geral, a maioria dos casos está concentrada no inverno, mas, neste ano, já há várias ocorrências.
Renato explica que a gripe é “aquela doença que dá febre, dor no corpo, mal estar, acompanhados de sintomas respiratórios diferentes da dengue, como tosse, coriza e secreção”. O infectologista lembra ainda que a gripe é mais grave que o resfriado comum, ainda que, na maioria das pessoas, seja um problema que se resolve sozinho.
Apesar disso, o médico destaca que alguns grupos específicos podem enfrentar uma gravidade maior da gripe. Entre eles, estão idosos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com doenças crônicas. Esses grupos serão alvo da campanha de vacinação do governo federal. São 70 milhões de pessoas que têm direito à vacinação gratuita, “Se você tem menos de 5 anos de idade, mais de 60 anos, mulheres grávidas ou quem te doença crônica, basta comparecer numa unidade de saúde e ser vacinado”, conclui o colunista.
Atualmente, a gripe deixa mais de 1.000 mortos por ano no país. Desse total, 70% estão ligados aos grupos mais vulneráveis. Renato Kfouri explica ainda que a vacina é trivalente porque temos três tipos de vírus: dois influenza A e um influenza B. “Cada vez mais, notamos uma associação entre influenza e AVCs, infartos e outras complicações cardiovasculares. Ter gripe hoje é aumentar o risco de doenças cardiovasculares”, diz Kfouri.