SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A revelação de um relatório da Polícia Federal e uma operação para prender novos suspeitos, no fim de semana, preencheram importantes lacunas na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, após seis anos do crime.
Embora admitam a inexistência de uma “prova cabal” e a necessidade de mais apurações, os investigadores afirmam considerar encerrada a fase de esclarecimento sobre quem seriam os mandantes, executores e intermediários da ação.
As investigações avançaram nos últimos meses após dois suspeitos de envolvimento, que estavam presos desde 2019, fecharem acordos de delação premiada. Em julho de 2023, o ex-policial militar Élcio Queiroz confessou ter dirigido o Chevrolet Cobalt prata usado no dia do assassinato e afirmou que Ronnie Lessa, no banco de trás, efetuou os tiros. Ele também apontou a participação de Maxwell Corrêa, o Suel, e Edimilson Oliveira da Silvana, o Macalé, na preparação do crime.
Já a delação de Lessa, homologada neste mês, apontou os supostos mandantes e quem teria ajudado a atrapalhar as investigações. Foram presos no domingo (24) o deputado federal Chiquinho Brazão e o seu irmão, o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio) Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Rio.
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O QUE DIZEM OS SUSPEITOS
Chiquinho Brazão
Em sua defesa em sessão da Câmara, nesta terça (26), o deputado federal que foi expulso da União Brasil afirmou que tinha “ótima relação” com Marielle quando era vereador e minimizou a divergência apontada pela PF em relação a um projeto dele para flexibilizar regras de regularização de terras no Rio. “A gente tinha um ótimo relacionamento, só tivemos uma vez um debate aonde ela defendia área de especial interesse onde eu também defendia”, disse.
Domingos Brazão
Nega qualquer relação do cliente com o caso. Em nota, sua defesa ressalta que “delações não devem ser tratadas como verdade absoluta especialmente quando se trata da palavra de criminosos que fizeram dos assassinatos seu meio de vida e aguarda que os fatos sejam concretamente esclarecidos”.
Rivaldo Barbosa
Sua defesa, realizada pela advogada Thalita Mesquita, nega qualquer envolvimento dele com o crime e declara ter certeza de sua inocência.
Giniton Lages
Delegado disse que nunca recebeu orientação de Rivaldo Barbosa para deixar de investigar alguém. “Sempre contei com independência e autonomia”, afirmou à Folha de S.Paulo.
Maxwell Simões Corrêa (Suel)
Em depoimentos à Justiça, o ex-bombeiro negou as acusações e desmentiu informações citadas na delação de Élcio de Queiroz.
Edmilson Oliveira da Silva (Macalé)
Foi morto a tiros em novembro de 2021.
Edilson Barbosa dos Santos (Orelha)
Sua defesa não foi localizada pela reportagem.
Marco Pinto e Robson Fonseca
Não foram localizados pela reportagem.
Redação / Folhapress