Campinas entra na lista para receber a vacina contra a Dengue

Ettore Melato
Ettore Melato
Jornalista na Thathi Record TV, formado pela PUC-Campinas
17 cidades da RMC vão receber doses da vacina contra a dengue
Foto: Divulgação

A cidade de Campinas entrou na lista para receber doses de vacina contra a Dengue, nessa quarta-feira, 27. O anúncio foi feito, após uma reunião entre o prefeito Dário Saadi e a Ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, na semana passada para tratar da distribuição das doses.

Em fevereiro, o Ministério da Saúde colocou 521 municípios na lista inicial, mas não incluiu as cidades da Região Metropolitana (RMC). No mesmo mês, Dário enviou um ofício para reivindicar a inclusão de Campinas na lista e, na semana passada, foi até a capital federal para abordar o assunto durante agenda pela FNP. Na ocasião, Nísia anunciou revisão da lista e, nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde acrescentou 154 cidades na relação.

As doses serão direcionadas para crianças de 10 a 14 anos. Campinas aguarda envio de nota técnica do Ministério da Saúde para saber quantas doses a cidade receberá e a partir de qual momento elas ficam disponíveis para aplicação pela Secretaria de Saúde.

“A quantidade total de vacinas no Brasil ainda é pequena, mas é uma arma na luta contra a dengue. A decisão contempla a nossa reivindicação feita desde fevereiro, é muito positiva para Campinas e outros 153 municípios incluídos na lista. O apoio do governo federal é muito importante para enfrentamento à epidemia”, disse o prefeito Dário Saadi.

Campinas decretou situação de emergência pública em saúde, por conta da dengue, em 7 de março. Desde 1º de janeiro a cidade já registrou 30.864 casos e quatro mortes, e projeções indicam que a cidade deve registrar o pico da epidemia no mês de abril.

O que já foi feito

A Secretaria de Saúde informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o planejamento regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios diante do contexto do aumento de casos. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

A Prefeitura realizou neste ano oito mutirões, incluindo um regional, onde visitou pelo menos 35,4 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito transmissor. Contudo, em cada ação, quase metade dos espaços são encontrados inacessíveis pelos agentes por estarem fechados, desocupados ou em virtude de impedimento dos moradores.

A Administração passou a usar a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe via WhatsApp mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento.

Ações de 2024 em números – atualização até 25 de março

  • Controle de criadouros: 254,3 mil imóveis visitados
  • Nebulização costal: 37,7 mil imóveis visitados
  • Nebulização veicular: cobertura de 37,4 mil imóveis
  • Busca ativa + controle de criadouros: 49 mil imóveis visitados
  • Avaliação de densidade larvária realizada por agente comunitário de saúde: 27,1 mil imóveis visitados
  • Avaliação de densidade larvária feita por agente de apoio ao controle ambiental: 1,6 mil imóveis visitados
  • Pontos estratégicos e imóveis especiais: 1,3 mil imóveis visitados

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, estão nas residências. Portanto, o enfrentamento à epidemia exige esforço compartilhado entre Poder Público e população para eliminar qualquer espaço com água que possa ser usado pelo inseto para proliferação.

Comitê de prevenção

Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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