SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O trabalhador que limpava a fachada de um edifício em Curitiba disse que sentiu que ia morrer após ter a corda cortada por um morador da cobertura no último dia 14.
Mayk Gustavo Ribeiro da Silva, 27, conversou com o UOL e disse ainda estar abalado. O prestador de serviço foi vítima de uma tentativa de homicídio enquanto limpava a fachada de um prédio em Curitiba, no Paraná.
Mayk disse que teve medo de morrer e achou que fosse despencar ao ter a corda rompida. “Senti que a minha vida estava por um fio. A gente não espera que isso possa acontecer. O sentimento é de tristeza. Poderia ter perdido minha vida ali, sem nem saber o motivo”.
“A minha primeira reação foi achar que eu ia despencar. Como fui treinado, imediatamente mudei para a corda de segurança de sustentação e fiz a minha descida. No chão, fui informado pelo meu supervisor que o morador da cobertura estava ameaçando ele no telhado e logo após ele cortou a minha corda. Pensei na minha família, esposa, mãe e avô, fui criado pela minha avó, fiquei desesperado”, disse Mayk Gustavo Ribeiro da Silva, ao UOL.
UOL TEVE ACESSO A IMAGENS DA CORDA CORTADA NO APARTAMENTO
Imagens que estão no inquérito policial mostram a corda cortada dentro do apartamento de Raul Ferreira Pelegrín, 41. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. O morador da cobertura ainda vai responder pelas qualificadoras de uso de meio insidioso e de recurso que dificultou a defesa da vítima.
O MPPR esclareceu que o motivo do crime ainda é desconhecido. O denunciado foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada. Ele está na Cadeia Pública de Curitiba.
A funcionária do morador também foi presa. Em nota, a Polícia Civil do Paraná explicou que ela teria dito que Raul não estaria dentro de casa.
Os advogados de Mayk Gustavo Ribeiro da Silva aguarda a perícia para novas representações. Herliane Anita Marmitt, Herivelto Carmona e Niva Castro informaram que o morador passou por exames toxicológicos. A faca usada no crime foi apreendida pela Justiça.
A defesa de Raul alega que a investigação foi feita sem perícias preliminares. “A nossa linha de defesa está amparada em Crime Impossível, quando o meio é ineficaz para alcançar o resultado. Estamos agora aguardando os exames toxicológicos., explicou Adriano Bretas.
PATRÍCIA CALDERÓN / Folhapress