SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aldo Rebelo, secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, vai se filiar ao MDB nesta sexta-feira (5), o que o torna apto para disputar a eleição como vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes (MDB), mas ao mesmo tempo o afasta dessa possibilidade.
Isso porque Nunes já tem o apoio de outros 11 partidos, que disputam a vaga de vice dificilmente o prefeito vai concorrer numa chapa pura.
“Não trabalho com essa perspectiva de ser vice. É uma coisa longe, que cabe aos partidos”, disse Aldo à Folha de S.Paulo. “Eu prefiro continuar na secretaria, onde eu ajudo mais do que numa especulação de vice.”
A legislação leitoral impõe que aqueles que queiram concorrer em outubro se filiem a algum partido até sábado (6).
Ex-ministro e ex-deputado, Aldo está licenciado do PDT, partido que apoia Guilherme Boulos (PSOL), rival de Nunes na eleição. Convidado em janeiro para a secretaria depois da saída de Marta Suplicy (PT), que deixou o posto para ser vice de Boulos, Aldo teve que se licenciar do PDT para assumir o cargo.
Aldo afirmou ainda que a escolha pelo MDB era “mais conveniente”, dado que o PDT apoia o pré-candidato adversário.
Por ter bom trânsito na esquerda e mesmo na direita bolsonarista, Aldo passou a ser cogitado como um possível vice para Nunes, mas não poderia compor a chapa com o prefeito estando no PDT.
O entendimento hoje é o de que a vice de Nunes deve ser entregue a algum nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal aliado do prefeito na corrida e que integra o partido com mais recursos e tempo de propaganda na TV. A ideia é que a escolha tenha também o aval do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Por isso, houve um movimento de que Aldo, para se habilitar para ser vice, se filiasse em algum partido que orbitasse o bolsonarismo em São Paulo, mas como mostrou o Painel, ele resistiu ao PL e a escolha final ficou entre o Republicanos e o MDB.
Na opinião de aliados de Aldo, o secretário tem mais identidade com o MDB, partido do campo de centro e pelo qual ele concorreu a deputado federal em 1982, quando o PC do B ainda era considerado ilegal.
A escolha, no entanto, o afasta da chapa com o prefeito, já que seria preciso um esforço para que os partidos abram mão da vice. Além do PL, União Brasil e PP também ofereceram nomes.
Nos bastidores, aliados de Nunes afirmam que, de qualquer forma, as chances de que Aldo fosse o vice já eram baixas. Também caiu na bolsa de apostas o nome indicado por Bolsonaro, o coronel da PM Ricardo Mello Araújo. Ainda é cogitada a vereadora e ex-secretária estadual de Política para as Mulheres, Sonaira Fernandes (PL).
CAROLINA LINHARES / Folhapress