RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de Goiás prendeu preventivamente na quinta-feira (4) o pastor Davi Vieira Passamani. O ex-líder da igreja A Casa é investigado por suspeita de importunação sexual em um caso envolvendo uma seguidora de sua igreja em 2023.
Passamani estava a caminho de um evento religioso quando foi preso por agentes da delegacia de Atendimento Especializado à Mulher.
Em nota, o advogado Leandro Silva nega as acusações contra o pastor, afirma que o caso é uma “conspiração para destruição de sua imagem” e que as informações do inquérito são “vazias, lacunosas e genéricas”.
O pastor possui mais de 100 mil seguidores no Instagram. Na página oficial, há publicações de fotos com a família e mensagens religiosas e motivacionais.
Passamani foi líder da igreja A Casa e presidia a congregação até ser investigado pela primeira vez. Após a repercussão do caso, no ano passado, ele renunciou e fundou outra igreja, batizada de Us.
Segundo a polícia, é a terceira vez que Davi Passamani é alvo de investigação por crimes sexuais contra fiéis. A Polícia Civil de Goiás diz ter pedido a prisão preventiva por considerar a abertura da nova igreja um “grave risco à ordem pública, já que o autor praticou o delito sexual valendo-se do seu exercício religioso”.
A suspeita de importunação é baseada em conversas de Passamani com uma pessoa pelo Instagram. O pastor supostamente teria enviado mensagens de cunho sexual.
De acordo com a delegada adjunta Amanda Menuci, responsável pela prisão, a vítima procurou a polícia em dezembro do ano passado, “relatando que o pastor se valeu da vulnerabilidade dela”.
“A vítima já havia descrito a ele problemas emocionais de relacionamento. O pastor a abordou mandando versículos bíblicos, dando conotação religiosa ao diálogo, ganhando a confiança da vítima, e após isso iniciando a prática sexual delituosa, pedindo para que a vítima se tocasse, até realizar, por fim, uma chamada de vídeo em que praticou toques no seu órgão genital, incidindo na prática de importunação sexual”, afirmou.
Em nota enviada à reportagem, a defesa do pastor argumenta que a troca de mensagens que baseia o inquérito policial durou 1h40, mas que “trechos de segundos e algumas fotos foram apresentadas” e atribuídas ao pastor. O advogado Leandro Silva chama a prisão de “espetáculo público criado pela autoridade policial” a fim de construir “uma imagem de abusador” no pastor.
YURI EIRAS / Folhapress