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Aliados de Lula dão como selada saída de Prates e Lula convoca Haddad para reunião sobre a Petrobras

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Aliados do presidente Lula (PT) afirmam, sob reservas, que o destino do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já está selado. Para esses interlocutores, a demissão de Prates é uma questão de tempo, devendo ocorrer ainda nesta semana.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado por Lula para uma reunião na noite deste domingo sobre o futuro da empresa.

Há expectativa de que Haddad interceda em favor da manutenção de Prates por temer impacto na economia e também sob o argumento de não haver justificativas técnicas para a exoneração do presidente da Petrobras, à exceção de sua personalidade e de seus rompantes nas redes sociais.

Outro argumento em prol da permanência de Prates seria o de que ele estava certo ao propor a distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas da empresa, o que poderá ocorrer, ao menos parcialmente, no mês que vem.

Apesar dessas ponderações, colaboradores do presidente minimizam a possibilidade de dissuasão de Lula.

O presidente estaria descontente com Prates, desde o anúncio de investimentos em energia eólica no país. Em uma de suas publicações, Prates também atribuiu ao governo a decisão de não distribuir dividendos extras aos acionistas da empresa –medida que provocou perdas à Petrobras.

Segundo colaboradores do presidente, Prates deverá ser substituído pelo presidente do BNDES, Aloysio Mercadante, com quem Lula já conversou sobre a sucessão durante uma de suas recentes viagens ao Rio.

O próprio Mercadante informou a Prates e integrantes do governo que tinha sido sondado por Lula. Mas sem que tenha sido formalmente convidado para a presidência da Petrobras.

Lula também já tinha manifestado a aliados a disposição de substituir Prates e vinha amadurecendo a ideia desde o mês passado.

Há, também entre interlocutores do presidente, quem defenda que a exoneração não ocorra em meio à fritura de Prates, que trava um embate público com os ministros das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.

Nas palavras de um influente dirigente petista, demitir Prates no calor da fritura significaria “dar legitimidade para uma prática nefasta”.

Tem pesado, no entanto, seria recomendável encerrar a polêmica já.

Rumores envolvendo a demissão de Prates ganharam força após entrevista à Folha do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que admitiu haver conflito entre o seu papel e o do presidente da empresa.

Silveira foi questionado e evitou avaliar se Jean Paul Prates estaria fazendo um bom trabalho. “A avaliação da gestão do presidente da Petrobras eu deixo a cargo do presidente da República”, afirmou.

Prates então teria pedido uma audiência com Lula para conversar sobre o bombardeio disparado contra ele por pessoas do próprio governo nos últimos dias. A iniciativa foi vista por auxiliares do Planalto como um ultimato e acabou desagradando.

Além de tentar evitar que a crise na petroleira cause mais danos políticos e econômicos à sua gestão, Lula cogita uma reforma ministerial, que não estava programada, para conter problemas de governabilidade.

No momento, o governo vive uma tentativa de reverter a tendência de queda na aprovação de Lula, que busca soluções para ajustar uma comunicação criticada e tem pressionado ministros pela entrega de resultados.

Na semana passada, a Folha ouviu oito ministros e três secretários, que relataram fissuras entre os integrantes do governo nos últimos dias.

O chefe da Casa Civil, Rui Costa, figura entre os mais criticados e foi apontado por colegas da equipe ministerial como a origem de vazamentos na Esplanada. Mas as divergências e disputas vão além.

Incitado a tecer comentários sobre a coordenação do governo, a cargo da Casa Civil, um ministro chegou a afirmar, sob reserva, que a reportagem seria uma folha em branco se esse fosse o tema principal. Na sua opinião, não existe gestão de governo.

A falta de contato de ministros com Lula aumentou as queixas na Esplanada, com vários deles criticando o fato de que suas propostas param no Palácio do Planalto, sem que seja possível recorrer ao presidente.

CATIA SEABRA E MARIANA BRASIL / Folhapress

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