A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar acusações de estupro, assédio e importunação sexual contra um ex-bispo, feitas por um padre de 31 anos. O crime teria ocorrido no ano passado, mas o boletim de ocorrência foi registrado apenas em março deste ano. O padre denunciou que Dom Valdir Mamede, então bispo da Diocese de Catanduva, no interior de São Paulo, o agrediu sexualmente, além de forçá-lo a beijos e ações indesejadas. O acusado renunciou ao cargo em novembro de 2023.
O padre, que afirma ser acompanhado pela Diocese desde os 13 anos, descreveu o incidente como a maior decepção de sua vida. Ele relatou que o abuso ocorreu na casa do ex-bispo, onde Valdir estava alcoolizado e pediu que o padre o acompanhasse. Após o crime, o bispo teria pedido desculpas e implorado para que o caso não fosse divulgado.
Além do estupro, o padre acusa o ex-bispo de realizar chamadas de vídeo indecentes, onde ele se mostrava nu e se masturbava. Em outra ocasião, Valdir teria forçado sua entrada na casa do padre. Embora tenha conseguido escapar de novas tentativas de abuso, o padre alega danos psicológicos e está afastado do trabalho por 90 dias.
A vítima reportou o caso à Nunciatura Apostólica, que encarregou um arcebispo de Ribeirão Preto para investigação interna da igreja. A renúncia de Valdir ao cargo no ano passado foi divulgada sem justificativa pelo boletim da Sala de Imprensa do Vaticano. O delegado responsável pelo caso afirmou que medidas judiciais estão sendo tomadas, incluindo oitivas de testemunhas, e que o processo está em segredo de Justiça.
