SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após ouvir especialistas da área de energia por três horas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou nesta quarta-feira (10) a criação de um grupo de trabalho para propor um novo programa energético capaz de reduzir a conta de luz com medidas estruturais.
A iniciativa vem um dia depois de Lula assinar uma MP (medida provisória) que promete reduzir a tarifa. Mas, segundo o setor de energia, tem efeito inverso: faz redução momentânea de curto prazo, até 2026, e eleva o preço para consumidor no longo prazo, a partir de 2029.
Segundo executivos do setor que participaram do encontro ouvidos pela Folha, o presidente orientou os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), que também estiveram na reunião, a organizar o grupo com representantes do setor e também congressistas.
“Senti que o presidente entendeu o problema, e a orientação é propor um novo arcabouço para o setor”, disse Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional de Consumidores de Energia.
O preço da energia, hoje, é uma das principais preocupações de Lula em meio à queda de popularidade identificada em pesquisas de opinião.
O texto da MP permite a antecipação de recursos que seriam pagos no futuro pela Eletrobras, privatizada em 2022, à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que custeia subsídios a consumidores e geradores de energia.
A MP autoriza usar o dinheiro para baixar a conta de luz. O governo prevê uma queda entre 3,5% e 5%. Segundo cálculos privados, porém, o aumento da conta de luz, daqui a cinco anos, de 2% a 7%.
ALEXA SALOMÃO / Folhapress