SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O desaparecimento do soldado da PM Luca Romano Angerami, 21, na madrugada de domingo (14) na Baixada Santista, segue sendo investigado pelas polícias de São Paulo.
Até a tarde desta segunda-feira (15) não havia indícios concretos sobre o paradeiro do policial, que mora no litoral paulista, mas trabalha no 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, com sede no Jabaquara, na zona sul de São Paulo.
Imagens registraram o jovem em uma adega antes de desaparecer.
O carro do policial, um Toyota Corolla, foi localizado abandonado na rodovia Cônego Domênico Rangoni, em Guarujá. O celular usado pelo soldado foi rastreado e a sua localização apontava para uma comunidade na mesma cidade. Em um segundo momento, o mesmo aparelho teria demonstrado sinal em um morro em Santos.
Um homem foi detido por policiais militares após confessar de forma informal envolvimento no desaparecimento. No entanto, em depoimento posterior em uma delegacia, preferiu se manter em silêncio.
Segundo policiais militares que participavam das buscas em uma área conhecida pelo tráfico de drogas em Guarujá, eles estavam na rua Magnólias quando viram um homem sentando no canteiro central e decidiram abordá-lo. Durante os questionamentos, ele teria respondido que fumava maconha no local e de “livre e espontânea confessou que teria participado do homicídio do policial”, conforme relato de um cabo à Polícia Civil.
Diante da ação, os policiais presentes na ocorrência gravaram um vídeo do momento em que o suspeito detalhou a ação.
Segundo o depoimento do policial, o homem afirmou que Angerami estaria alterado e uma mulher que o acompanhava estaria gritando.
Até aquele momento, ainda, conforme o que o policial disse ter ouvido do homem, não se sabia que Angerami, que estava armado, era soldado da PM.
Após pegaram a carteira do agente público eles colocaram o PM no Corolla e seguiram em direção a São Vicente.
Lá os criminosos teriam matado Angerami com a própria arma e o arremessado da ponte do Mar Pequeno. Um outro policial, um sargento, relatou em seu depoimento ter ouvido do suspeito que o soldado desaparecido teve as pernas amarradas a uma pedra antes de ser lançado ao mar.
Os policiais então conduziram o suspeito até o local apontado, mas devido às condições de visibilidade a busca não pode ser aprofundada.
Em um áudio que circula em grupos de WhatsApp e é atribuído ao irmão do soldado Angerami, que também é policial, ele se demonstra cético quanto ao depoimento informal do homem. Ele diz não haver sangue no porta-malas do veículo em que seu irmão teria sido levado já baleado até a ponte.
O suspeito detido foi autuado por sequestro e roubo, sob a justificativa de ter restringido a liberdade da vítima e pelo sumiço da arma, que não foi localizada.
PAULO EDUARDO DIAS E ROGÉRIO PAGNAN / Folhapress