SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quatro pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira (15) em um ataque com faca ocorrido em uma igreja de Sydney, na Austrália. Um adolescente de 15 anos foi preso pela agressão durante a realização de uma missa em uma casa religiosa na zona oeste da cidade. De acordo com os serviços de emergência locais, as vítimas não correm risco de morte.
O ataque foi um ato terrorista, segundo a polícia australiana. “Acreditamos que há elementos que indicam extremismo de motivação religiosa”, disse a comissária da polícia do estado de Nova Gales do Sul, Karen Webb.
O bispo Mar Mari Emmanuel, da Igreja Assíria Cristo Bom Pastor, estava discursando durante um culto noturno quando o adolescente caminhou em sua direção e o atacou com uma faca, de acordo com o vídeo do evento capturado de uma transmissão ao vivo por mídia social.
Membros horrorizados da congregação gritam enquanto o adolescente esfaqueia o padre várias vezes. Um outro vídeo de uma testemunha ocular, verificado pela Reuters, mostra o agressor sendo imobilizado no chão por vários outros, com o rosto obscurecido. Uma voz fala em árabe e diz: “Se eles não insultassem meu profeta, eu não teria vindo aqui”.
Duas testemunhas disseram à Reuters que a multidão atirou pedras na polícia. Mais de 100 policiais foram chamados para lidar com os distúrbios, e dois foram levados ao hospital com ferimentos, segundo as autoridades.
“Havia muita raiva porque o bispo é amado por eles, é amado por mim também, ele prega sobre o Senhor e nós amamos o Senhor”, disse uma moradora local.
Em uma publicação no Facebook, a igreja disse que o bispo Emmanuel e um sacerdote, padre Isaac Royel, estavam entre os quatro feridos no ataque. “Pedimos suas orações neste momento. É desejo do bispo e do padre que vocês também orem pelo agressor”, disse a postagem da igreja.
Emmanuel foi ordenado padre em 2009 e depois bispo em 2011, de acordo com o site da igreja. Ele se tornou uma figura popular nas mídias sociais, com clipes de seus sermões acumulando milhares de visualizações em plataformas como YouTube e TikTok.
No último sábado (13), seis pessoas foram assassinadas em um ataque similar no shopping center Westfield Bondi Junction, em Sydney. O agressor foi baleado e morto por um policial.
Em entrevista coletiva, a agente da polícia do estado de Nova Gales do Sul Karen Webb afirmou que 5 das 6 vítimas eram mulheres, o que levou as autoridades abrirem investigação para identificar o motivo da preferência do agressor.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o agressor atacando principalmente pessoas do sexo feminino. Cinco das seis pessoas assassinadas são mulheres, assim como a maioria dos feridos.
“Os vídeos falam por conta própria. E esta é, certamente, uma linha de investigação para nós”, afirmou a comissária Karen Webb, da polícia de Nova Gales do Sul. “Parece ser uma área de interesse, que o agressor se concentrou nas mulheres e evitou os homens”, declarou.
O autor do ataque foi identificado como Joel Cauchi, 40. O incidente também deixou 8 feridos, entre eles 1 bebê de nove meses que foi internado em estado grave no hospital.
“A questão de gênero é obviamente preocupante”, declarou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que afirmou ter conversado com as famílias de algumas vítimas.
O pai do agressor, Andrew Cauchi, declarou à imprensa australiana que está “devastado” e que não sabe o que levou o filho a causar as mortes.
“Isso é tão horrendo que nem consigo explicar”, disse na entrada de sua casa em Queensland. “Eu virei um servo do meu filho quando descobri que ele tinha uma doença de saúde mental”. “Fiz tudo o que estava ao meu alcance para ajudá-lo”, disse o pai.
Andrew Cauchi disse acreditar que o filho atacou principalmente as mulheres porque “ele queria uma namorada, não tinha habilidades sociais e estava frustrado”.
A última das seis vítimas de Joel Cauchi a ser identificada foi Yixuan Cheng, uma jovem chinesa que estudava na Universidade de Sydney. As outras assassinadas eram uma designer, uma salva-vidas voluntária, a filha de um empresário e uma mãe que estava com seu bebê de nove meses.
Esta última, Ashlee Good, de 38 anos, entregou a filha a desconhecidos em um momento de desespero, antes de ser levada para o hospital, onde faleceu. A criança, Harriet, está internada em estado grave.
O único homem morto foi o paquistanês Faraz Tahir, de 30 anos. Ele trabalhava como segurança quando foi esfaqueado.
Oito pessoas feridas continuam hospitalizadas, algumas em estado crítico. Quatro vítimas receberam alta nas últimas 24 horas, segundo as autoridades.
Redação / Folhapress