BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) – A ex-líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, 78, foi transferida da cadeia de Naypyitaw para prisão domiciliar, disse um porta-voz da junta militar à imprensa.
“Como o clima está extremamente quente, não é apenas para Aung San Suu Kyi. Para todos aqueles que precisam de precauções necessárias, especialmente prisioneiros idosos, estamos trabalhando para protegê-los da temperatura extrema”, afirmou o porta-voz da junta, o major-general Zaw Min Tun, em comentários relatados por quatro veículos de mídia local.
Zaw Min Tun não respondeu aos pedidos de comentário da agência Reuters.
Suu Kyi está detida desde que o Exército derrubou seu governo em um golpe de Estado em 2021. Ela enfrenta 27 anos de prisão por crimes que vão desde traição e suborno até violações da lei de telecomunicações, acusações que ela nega.
Em fevereiro, seu filho Kim Aris disse que ela estava em confinamento solitário e que estava de bom humor “mesmo que sua saúde não esteja tão boa quanto no passado”.
Um porta-voz do governo de unidade nacional, que trabalha do exílio, pediu a libertação incondicional de Suu Kyi e U Win Myint, presidente deposto do país (Suu Kyi possuía outro cargo, chamado de Conselheira de Estado), que também foi transferido para prisão domiciliar de acordo com os relatos da imprensa local.
“Movê-los das prisões para as casas é bom, pois são melhores do que as prisões. No entanto, eles devem ser libertados incondicionalmente. Eles devem assumir total responsabilidade pela saúde e segurança de Aung San Suu Kyi e U Win Myint”, disse o porta-voz Kyaw Zaw à Reuters nesta terça (16).
Em agosto do ano passado, logo após recrudescer a repressão e prorrogar por mais seis meses um estado de exceção, a junta militar reduziu a pena de Suu Kyi e outros milhares de presos. Na ocaisão, o regime anulou 5 cinco dos 19 crimes pelos quais ela foi condenada, reduzindo a pena de 33 para 27 anos.
Após o golpe, Suu Kyi foi julgada por mais de uma dúzia de crimes –acusações que alguns dizem ter como objetivo garantir que ela nunca mais retome a atividade política. A comunidade internacional encara os julgamentos como uma farsa, embora o regime insista que ela foi submetida a um processo justo, e líderes mundiais e ativistas pró-democracia têm pedido repetidamente sua libertação.
Suu Kyi foi vencedora do Nobel da Paz em 1991 e se tornou um símbolo da luta da sociedade mianmarense por democracia.
Redação / Folhapress