ENEZA, None (FOLHAPRESS) – Um grupo de centenas de manifestantes contra os ataques de Israel na Faixa de Gaza chacoalhou a abertura para convidados da Bienal de Veneza nesta quarta-feira. Eles gritavam “ocupação nunca mais” e “do rio até o mar, a Palestina será livre” entre os pavilhões nacionais dos Giardini.
A marcha começou em frente ao pavilhão de Israel e avançou até o dos Estados Unidos e o da Alemanha, com ataques dos manifestantes aos líderes desses países. O presidente americano, Joe Biden, foi chamado de genocida, e a Alemanha foi chamada de “Estado nazista”.
Os panfletos vermelhos do grupo Art Not Genocide Alliance, ou aliança para a arte e não genocídio, que organizou a manifestação, cobriram o gramado dos Giardini. Nele, os dizeres “não à morte em Veneza”, “abaixo o pavilhão do genocídio”.
Na véspera da manifestação, que vinha sendo planejada ao longo dos últimos dias, a artista que representa Israel na Bienal de Veneza, Ruth Patir, anunciou que não abriria a sua exposição no pavilhão do país até que houvesse um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Os organizadores da mostra apoiaram o gesto.
Nos últimos meses, a Art Not Genocide Alliance, ou Anga, organizou uma petição a favor de um veto à participação de Israel na Bienal de Veneza. O documento já reúne quase 24 mil assinaturas, a maioria de artistas, curadores e professores ligados ao mundo da arte.
Israel rejeita as acusações de genocídio. E tanto o governo italiano quanto a organização da Bienal de Veneza defenderam o direito dos israelenses de ocupar o seu pavilhão nacional nos Giardini.
No dia mais importante da abertura para convidados, no entanto, o pavilhão israelense permanecia fechado, vigiado por dois militares armados. Na porta de entrada, foi afixado um cartaz dizendo “a artista e os curadores do pavilhão israelense abrirão a exposição quando um cessar-fogo e a libertação dos reféns sejam negociados”.
Enquanto os manifestantes marchavam entre os pavilhões, outras representações nacionais festejavam a inauguração da mostra. Muitos viam a marcha segurando a tradicional taça de prosecco.
SILAS MARTÍ / Folhapress