RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Para Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, a atual febre de IA (inteligência artificial) é positiva e, ao mesmo tempo, perigosa. Ela afirma que a tecnologia pode facilitar a criação de conteúdo de texto e imagem, mas também pode ser usada de forma prejudicial.
“A IA é boa e perigosa. Esses dias colocaram a minha imagem com a minha voz [em um deepfake] falando que eu estava dando prêmio em todas as lojas. [A ferramenta] Tem um lado muito positivo, que realmente vai facilitar, e tem o lado que nem todo conteúdo está tão bom assim e que as pessoas levam a sério”, disse Trajano.
A empresária também opinou sobre o impacto da tecnologia sobre os trabalhadores e as empresas, que têm de adaptar a forma como operam.
“O físico não vai acabar, mas tem que mudar o jeito de serviço. Em relação a emprego, quando a gente não tem mais caixa no Magazine Luiza, acabou o emprego? Em compensação temos estoquista, que entrega produto e [o trabalhador] muda de lugar”, disse Trajano.
Ela discutiu os efeitos da IA na cultura digital brasileira em painel no Web Summit Rio, ao lado de Mate Pencz, cofundador e CEO da startup imobiliária Loft, e Rodrigo Marques, diretor de estratégia da Claro Brasil.
Pencz disse estar otimista com a adoção da nova tecnologia, apesar de demonstrar cautela com a velocidade das transformações provocadas por ela.
“A IA gera uma capacidade de processar dados em alta escala por uma fração do custo que tínhamos antes. Não tem área em que a gente não consegue se beneficiar em termos de custo e receita, de viabilizar novos produtos” afirmou o CEO da Loft.
Na Claro, a IA generativa é utilizada para três propósitos, de acordo com o diretor de estratégia da companhia: melhorar a experiência do cliente, criação de novos negócios e melhora da produtividade da companhia.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress