Lira já indicou substituto de primo no Incra e problema está superado, diz ministro de Lula

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), afirmou ter recebido nesta quinta-feira (18), a indicação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Alagoas.

O novo indicado, cujo nome não foi revelado, substituirá o primo do parlamentar, Wilson Cesar de Lira Santos, cuja exoneração foi fonte de um mal-estar com o governo.

A indicação sugerida por Lira chegou às mãos do ministro pela Casa Civil, sem que o deputado o tenha procurado diretamente. Apesar dessa atitude, Teixeira diz considerar o caso encerrado.

“Está superado porque o próprio presidente Lira já enviou uma proposta de nome para substituí-lo. Foi dialogado”, disse Teixeira. Ele também afirmou ser “normal haver trocas em todas as instituições”. Além disso, ressalta, a autarquia já mudou outros superintendentes “por inadequação”.

Segundo o ministro, o Incra exige capacidade de diálogo com as forças do campo e a exoneração se deu pelo que chamou de alto grau de “conflituosidade”. A substituição, segundo Teixeira, era tratada havia 14 meses.

Ele diz ter informado Lira na semana passada sobre a decisão de exonerar seu primo. O nome do novo indicado já foi encaminhado ao presidente do órgão.

A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União de terça-feira (16) e atendeu a um pedido do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), articulado por Teixeira, em meio a invasões feitas neste mês pelo grupo.

Esse foi o segundo gesto do governo para o movimento social nesta semana, que marca o início da Jornada Nacional de Lutas pelo Brasil do MST, conhecida como “Abril Vermelho”.

Teixeira afirma ainda que não acredita no avanço na Câmara do projeto que prevê sanção administrativa e restrição aos ocupantes e invasores de propriedades rurais e urbanas. Segundo ele, seriam inconstitucionais.

“Você não pode querer criminalizar jornada de luta. Você não pode querer criminalizar movimento social”, disse ele.

O ministro minimizou o impacto negativo do abril vermelho sobre a popularidade de Lula, ainda que seja explorado pela oposição. “Na verdade, a dimensão do que aconteceu é uma dimensão que está na disputa política. Porque não tem nenhum conflito que você possa dizer, olha, aqui houve um transbordamento. Não houve”.

Ele diz também que os militantes estão deixando as áreas ocupadas. “É como eu estou te dizendo, esse conjunto de ocupações, eles estão saindo delas agora, afinal, sem que você possa registrar um conflito maior. Então tem uma natureza política”, concluiu.

CATIA SEABRA / Folhapress

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