Costumes antigamente rotineiros passaram a ser estudados e procurados como a solução para o caos do estresse diário e como o alívio, há tempos desconhecido, na vida competitiva das sociedades.
A neuroeducação, bola da vez, tem apontado com destreza e sabedoria científica caminhos certeiros para uma recuperação da vida emocional, física e intelectual saudáveis. Isto porque aprofundar os estudos no desenvolvimento humano é imprescindível na elaboração de estratégias que burlem o que o mundo moderno pode proporcionar e também privar as pessoas.
As brincadeiras de rua, de bola, em equipes, de pés no chão e interação foram sendo substituídos a passos largos pela modernidade e suas, diga-se de passagem, consequências.
Brincadeiras coletivas de rua? Não: trânsito cerrado e perigoso! Almoços infindáveis emendados ao café da tarde à mesa da cozinha, com família e amigos? Não: ar condicionado dos shoppings centers e praças de alimentação cheias de estímulos menos saudáveis que os risos, sorrisos e emoções daqueles almoços.
Coisas simples das vidas saudáveis se tornaram desapercebidamente raridade com a evolução e modernidade das sociedades. A convivência se tornou um fast food social que pode ser compartilhado de uma rede social à outra na mesma velocidade dos dados dos jogos de tabuleiro que já foram motivos de pedidos de Natal e reunião familiar. Enfim, de uma evolução à outra, as consequências também se modernizam e a roda gira de acordo com a necessidade e os jogos e exercícios simples de outrora surgem como uma novidade redentora para os problemas de saúde física, mental e emocional que assolam indivíduos de todas as idades.
Assim sendo, os lapsos de memória, as dificuldades de atenção e concentração, o desafio em dar conta de observar, planejar, executar, flexibilizar, regular situações e ações – hoje modernamente apresentadas como funções executivas – necessitam de auxílio externo em qualquer contexto. Ponto negativo da modernidade? Não! Negativo seria se as pesquisas e estudos em torno das consequências da modernidade social não tivessem obtido respostas positivas na recuperação de tais consequências que, contínuas, podem vir a ser desastrosas.
As dificuldades de aprendizagem, transtornos emocionais e/ou psicológicos hoje são abraçados por especialidades científicas que acolhem uma parcela que antes só conhecia a exclusão. E então a psicopedagogia acolhe e possibilita a investigação assertiva em torno das dificuldades de aprendizagem, buscando a razão para intervenção plena e produtiva. A Neuroeducação, por sua vez, tem possibilitado o desenvolvimento de método diferenciado e sistemático que resgata o que a vida da atualidade não consegue mais (por modismo, comodidade ou condição) fazer parte da rotina dos cidadãos.
O importante, por fim, é enxergar com positividade a chance de encarar os desafios que a vida impõe cada vez mais. Desta forma, uma simples ação, como a de doar de sangue, poderá ter – em proporção – número maior de doadores comparado ao número de dependentes da doação já que hoje em dia muitos não podem doar por problemas de saúde que a melhora na qualidade de vida resolveria ou amenizaria.
O antigo e isolado indicador que associava qualidade de vida e saúde puramente ao exercício físico regular está se atualizando. E então a ginástica para o cérebro, a exposição à alegria pela interação social, a emoção de viver e conviver com experiências que estimulam hormônios da felicidade entre outros são as mais novas pílulas para a qualidade de vida física, mental e social mesmo que dentro de escolas e métodos específicos que permitem e estimulam o exercício da transformação de vidas, famílias e sociedades pelo prazer de se viver feliz e saudavelmente.