RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS0 – O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira (25) políticas públicas para o financiamento de projetos do que chamou de “nova energia”.
Na visão dele, o mercado financeiro não tem condições de suprir sozinho a demanda por investimentos na área de transição energética para fontes limpas.
“É a primeira vez na história que a nova matriz energética custa mais do que a anterior. Por isso, ela depende decisivamente do Estado e de políticas públicas, ou ela não vai acontecer”, disse Mercadante.
“Se deixarmos simplesmente pelas forças de mercado e pelo menor custo, vamos continuar emitindo gás carbônico, aquecendo o planeta.”
As declarações ocorreram em um fórum na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, sobre crédito para inovação na indústria. O evento também contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).
“Não temos as naves que alguns estão construindo para tentar sair da Terra, e pode ser que consigam, não antes deixando de fazer muita bobagem por aqui. Este é o nosso planeta, tem um custo, e precisamos de política pública”, afirmou Mercadante, sem citar nomes.
A fala vem após as polêmicas envolvendo o bilionário Elon Musk e o governo brasileiro. Musk comanda a empresa SpaceX, de voos espaciais.
Durante o evento, Mercadante afirmou que o cenário para o setor industrial é “complexo e desafiador” no Brasil.
Ao tocar nesse ponto, ele voltou a dizer que outros países estão direcionando recursos em créditos não reembolsáveis para o desenvolvimento de setores considerados estratégicos na nova economia.
“É evidente que não temos a mesma capacidade fiscal. Não temos como competir com os recursos que estamos vendo. Temos alguma [capacidade fiscal] e temos de usá-la com muita inteligência”, disse Mercadante.
“Estamos assistindo a uma janela de oportunidades para o Brasil. A crise climática está no centro de todo o esforço que os países estão fazendo […]. E o Brasil é o país que pode liderar essa agenda verde e de transição climática”, completou.
LEONARDO VIECELI / Folhapress